segunda-feira, 13 de abril de 2015

Coincidências!?

Não acredito nelas!
Amor à primeira vista, também não!
Mas acredito na minha história de amor, e é a mais bonita que conheço, mas não há coincidências.

Esta história começou à muitos anos, com dois irmãos, um rapaz e uma rapariga. Eram amigos, e brincavam juntos. Quando o rapaz entrou para a primeira classe, fez amigos novos, e um melhor amigo, a irmã apesar de mais velha não achou grande piada, pois o melhor amigo substituiu-a em algumas brincadeiras, então este não era a pessoa preferida da irmã.

Ao longo de 4 anos a amizade do irmão com o melhor amigo, manteve-se, como crianças que eram, inocentes e sem complicações. Mas a vida é complicada, ou mais bem, os adultos complicam-na, e os irmãos foram morar com a mãe para o outro lado do mundo, e durante 11 anos viveram noutro país, com Lisboa e Portugal sempre na memoria e no coração, e o português sempre como a sua língua.

Mas a irmã não queria Portugal apenas na memoria, queria voltar, queria ser portuguesa todos os dias, e voltou, para passar dois meses . . . mas ao fim de um mês . . .

. . . o dia mais triste chegou, e o irmão, que naqueles 11 anos se tinha transformado no melhor amigo, mas também havia alturas em que era pai, outros em que era filho e outros em que era apenas irmão . . . foi embora . . . deixou a única vida que mãe e irmã conheciam.

O mundo não acabou, e por isso a irmã que queria viver em Portugal, ficou em Portugal, mas foi mal falada, por não ter estado, por não ter voltado por quem não entendia nem sabia o que lhe ia no coração . . . não era só o querer ficar, era o medo de voltar, o vazio de um lugar que nunca mais seria o mesmo, por isso ficou, e porque a única pessoa que tinha que entender, entendeu e aceitou.

Os dois anos seguintes, foram diferentes, a irmã que já não tinha irmão procurou, tentou preencher um vazio, mas andou perdida, fugiu, fez asneiras, encontrou aventuras, conheceu pessoas, continuou a procurar, teve medo, riu, entrou em pânico, visitou lugares, teve esperança e continuou sempre a procurar.

E um dia quis acreditar e decidiu visitar uma igreja, uma em particular, para pedir, para tentar preencher um vazio não com o mesmo conteúdo, mas um igualmente importante.

Foi um dia do inicio de Dezembro, um agradável até, não tinha bem a certeza onde ficava a igreja, tinha uma ideia e foi andando, mas no caminho cruzou-se com um "melhor amigo" de muito atrás, um que realmente não gostava muito, até porque não era o seu melhor amigo, mas qualquer ligação ao irmão que já não estava, ajudava a minorar o vazio.

Mas o melhor amigo teve capacidade de preencher o vazio, por mérito próprio e não só por associação. Transformou-se no melhor amigo da irmã, por força da persistência, mas a irmã não queria aceitar e insistia em continuar a vê-lo como o menino de 10 anos que lhe "roubava" o irmão. Até ao primeiro dia do ano seguinte, o primeiro duma relação, mas não o primeiro desta história de amor, pois esse já tinha sido à muitos anos, mesmo que ninguém soubesse. A irmã aceitou, aceitou que o irmão não ia voltar, aceitou que nem sempre as coisas são como pensávamos que deviam ser, aceitou que o melhor amigo já não tinha 10 anos e podia ser muito mais, mas sem nunca deixar de ser "o" melhor amigo. E apesar de todas as duvidas e arrependimentos, uma que nunca lhe pesará é: "será que o irmão teria gostado dele?"

Não acredito nas coincidência, nem no amor à primeira vista, acredito que há coisas: "meant to be"!
É daquelas opiniões que não fui eu que formei, formaram-na por mim!

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