quinta-feira, 29 de junho de 2017

Até me ferve o sangue!!

Como já disse várias vezes, reclamo de tudo e perco a paciência e o bom humor com muita facilidade, mas ontem tive motivos válidos!

Primeiro que tudo, por fim arranjámos casa e fizemos a mudança o passado fim de semana (num outro post falo na epopeia que foi/ainda é).

Quando fomos para a casa que deixámos, não havia nenhum serviço (água, gás, luz), e como é óbvio, agora que saímos, desligamos tudo, mas como em qualquer serviço, as facilidades para activar, são as dificuldades para desactivar. Na sexta passada fomos fazer o pedido para desactivação da electricidade à EDP, tudo muito bem, até que dizem que tem que estar lá gente em casa e marcam um dia: ontem (28/06) e um período: entre as 10h30 e as 13h. Como o homem da casa está a trabalhar, tenho que ir para lá eu, atravessar a cidade de Lisboa em metro com a piolha pendurada, e esperar que o Sr. se digne a aparecer.
Cheguei pouco antes da hora, a uma casa completamente vazia, sem nada onde me sentar ou trocar a fralda à miúda mais que o chão, esperei e esperei, até que pouco antes das 13h (já a deitar fumo pelas orelhas) peço ao homem da casa que ligue (o contrato está a nome dele) para perceber se ainda demora muito. E qual não é a minha indignação quando ele me liga de volta a dizer que me posso ir embora porque não vai lá ninguém!!!!!!
Segundo a assistente que o atendeu ao telefone, o que fizeram quando fomos à loja foi um pré-agendamento que nunca foi confirmado, que agora era necessário fazer um agendamento sempre por períodos de 2 horas e meia (sem hora certa marcada) e que se não estiver ninguém será cobrada uma multa de 20€!!!!!
Ainda bem que não fui eu a falar ao telefone!
Então voltei a pendurar a miúda, voltei para o metro e fui directa à loja (quando lá cheguei eram quase 15h, com um pit-stop para amamentar a miúda, que não comeu a sopa do almoço), sem almoçar e com a reclamação a remoer.
Tiro a minha senha e sou logo chamada.
Diz a rapariga com um sorriso:
- Em que posso ajudar?
- Venho fazer uma reclamação!

Como tinha a miúda pendurada, sugeriu para ser atendida numa mesa em vez do balcão (desconfío que não queria atender uma reclamação) e aceitei.
Resultado, não me deixaram fazer a reclamação porque não sou a titular do contrato, re-agendaram novamente para um período (sem hora marcada) e voltaram a dizer que se não houver ninguém em casa será cobrada uma multa.
A minha resposta:
- Vão buscar o valor da multa à compensação que me têm que dar por ter estado 2h30 à espera numa casa vazia com uma bebé ao colo!!

domingo, 18 de junho de 2017

"Chama-lhe parvo!!"

Pode ter ainda 4 anos (quase 5) mas não se deixa enganar. Gostava de saber quem lançou o mito de que as crianças não percebem as coisas.

Ultimamente só quer brincar com umas cartas dos animais dadas num supermercado quando fazemos compras (não sei se ainda estão a dar), o jogo é distribuir as cartas entre ele e eu e depois em modo batalha ir vendo que animal ganha nas cartas lançadas por cada um.
Ontem de manhã estava a distribuir as cartas e ia-me perguntando se queria aquela com cada uma delas (como não costuma perguntar, e distribuí as melhores para ele), aproveitei a situação e ia escolhendo os animais mais fortes, mas como são muitas cartas fui tomar banho enquanto ele continuava a distribuir.
De repente aparece na casa de banho e pergunta:
G. - Mãe, queres o coelhinho fofinho?
(Com tal carinho que parecia que me estava a oferecer a melhor carta)
Eu - Está bem. (Mais para lhe fazer a vontade)
G. - Mas se ficas com o "coelhinho fofinho", eu fico com a chita! (que eu já tinha escolhido antes)
Eu - Então não quero.
G. - Mas é o "coelhinho fofinho"!

Acabei por aceitar, pensando para mim, que a fofura do coelhinho não tem qualquer hipótese contra as garras, os dentes e a velocidade da chita. Mas isso já ele sabe. Chama-lhe parvo!

sábado, 3 de junho de 2017

Os problemas do metro

Tem se falado muito ultimamente que o metro de Lisboa tem muitos problemas, mas hoje (para variar) vou falar dos problemas cuja solução não depende directamente de quem gere o metro.
Como sabem ando de metro regularmente (quase todos os dias vá), regra geral faço-o com duas crianças pequenas, e deparo-me constantemente com 3 problemas em específico.
O primeiro é o óbvio: os lugares prioritários, os quais nunca peço (prefiro ir em pé do que ir a viagem toda com olhares mal-encarados), quando estava grávida a desculpa era que não tinham a certeza ou que de certos ângulos não se percebia a barriga, e agora que ando literalmente com a criança pendurada no meu peito, qual é a desculpa?
Já me aconteceu notar as pessoas sentadas a verem-me quando estou da parte de fora à espera para entrar, mas quando entro está tudo ao telemóvel, a ler ou a "dormir" e " ah peço desculpa mas não a vi" quando uma outra pessoa que está em pé pede se alguém me pode ceder o lugar. Continuo a pensar que isto de exigirmos certas melhorias deve começar connosco e já tive que me levantar para dar lugar a gravidas ou pessoas idosas.

O segundo, não tão óbvio: a questão dos elevadores (que também se aplica a centros comerciais). Então, para quem não sabe (que aparentemente é quase toda a gente) ao lado do símbolo que mostra a existência de um elevador existe um outro símbolo muito parecido ao dos lugares prioritários, que indica que o elevador é para ser utilizado por pessoas com prioridade, só depois de entrarem estas pessoas (ou não havendo nenhuma) é que podem entrar as outras, mas a maioria das pessoas é terrivelmente ignorante ou simplesmente não querem saber, e agem como se fosse por ordem de chegada e até olham de lado para as grávidas ou pessoas com carrinho de bebé e chegam-se um bocadinho mais perto da porta para não lhes "roubarem o lugar". No meu caso actual, já desisti de utilizar o elevador, porque não utilizo carrinho. No fim da gravidez, quando saia do metro, ainda no cais, e para evitar ficar em pé do lado de fora do elevador à espera que voltasse, sentava-me à espera que entrassem todas as pessoas com óbvios sinais de "incapacidade mental" (sem querer ofender quem realmente tem alguma incapacidade mental), e utilizava o elevador sem me chatear.

Por último, mas não menos importante: penso que esta situação é menos grave que as outras, mas que continua a mostrar uma grande ignorância e desrespeito pelos outros. Havendo também um símbolo que indica junto às escadas rolantes que o lado direito serve para quem quer ficar parado, e o lado esquerdo para quem quer andar, ora isto nem é muito difícil de perceber quando as utilizamos, mas há quem simplesmente não lhe interessa e pára onde é para andar, muitas vezes em horas de grande afluência, impedindo a rápida circulação de quem tem pressa ou simplesmente não quer ficar parado. Não falo obviamente de pessoas com grandes malas ou coisas volumosas ou que por qualquer outro motivo válido precisa de utilizar os dois lados. Mas se o meu filho que tem 4  anos, sabe que o lado esquerdo é para andar, não deve ser algo muito difícil de perceber e aprender, até porque na condução funciona de forma parecida.

A meu ver, fazer exigências de melhorias nisto ou aquilo, talvez fosse mais válido se nestas pequenas coisas soubéssemos fazer o correcto. Há quem diga que as melhorias que queremos ver no "mundo" devem começar connosco.