terça-feira, 31 de março de 2015

Mãe, não tens paciência?

Quando lhe quero dar o pequeno almoço em 10 minutos e ele demora 30, a paciência é "cena que não me assiste"!

Hoje de manhã:
ABRE A BOCA! COME!
MASTIGA! ENGOLE A COMIDA!
VOU CHEGAR ATRASADA!

Depois ele põe aquela carinha de cachorrinho abandonado (que diz: Não estou a fazer nada de mal, só estou a comer à minha velocidade), e perco toda a pressa.

Eu: Desculpa meu amor, a mãe não devia gritar contigo. A mãe não tem paciência!
Ele: Não tens paciência, mãe?
Eu: Não, meu amor, não tenho.
(♪ e uma colher de papa ♪)
Ele: Não tens paciência, mãe?
Eu: Não, amor, não tenho.
(mais umas quantas)
Ele: Não tens paciência, mãe?
Eu: Não, não tenho paciência.
. . . 15 Vezes depois . . .
Ele: Não tens paciência, mãe?
Eu: Não, amor, não tenho. (voz monocórdica)


A partir de quantas vezes é que posso dizer que tenho alguma paciência?







segunda-feira, 30 de março de 2015

A barriga

Sou magra e sempre fui magra, mas agora sou menos magra do que antes.
É algo bom, sendo que o "magra" de antes era excessivamente magra, e agora o meu peso vai mais de acordo à minha altura.
Neste tema dos pesos e medidas tenho uma opinião muito contraditória e é mais do género: "faz o que eu digo, não faças o que eu faço"!
Vou explicar, sempre fui critica em relação a pessoas muito pesadas, achava que só é gordo quem quer (excepto quando é por alguma doença). Mas o meu ponto de vista baseia-se na minha perspectiva, sempre comi tudo o que queria, só não como o que não gosto, e como realmente tenho um muito bom e regular sistema digestivo nunca foi um problema o comer o que queria nas quantidades que queria, sou muito doceira e gosto de comer porcarias, mas por outro lado também gosto muito de saladas, comida vegetariana, gosto mais de peixe que de carne, e quanto menos gordurosa fôr a carne melhor e sempre achei que isto era suficiente para me manter em forma, ou seja achava-me dona do saber, e que se alguém tem tendência a engordar simplesmente tinha que comer menos ou mais saudável ou fazer um pouco de exercício!
Mas as opiniões também mudam, porque agora, criticar-me a mim é mais difícil que criticar os outros! (que mau habito este que temos, de criticar os outros, mas a nós mesmos, nem por isso)
Então, realmente continuo a ser considerada magra, ou no peso certo quando muito, mas para um nutricionista eu sou uma "magra falsa", isto quer dizer que sou magra porque é da minha constituição física, não engordo com facilidade, mas na realidade, para alguém que não faz exercício (não conta subir e descer escadas todos os dias dois andares com 15 Kg ao colo, mas devia contar), come o que quer e quando quer, as calorias estão lá e as gorduras e açucares e por aí em diante, mas (que vaina que nunca falta el condenado "pero")* de há uns 3/4 anos para cá, a barriga já não é plana nem se destacam aqueles ossinhos nas ancas, nada mudou na minha maneira de ser e de comer, tirando o facto que o tempo não pára, e a idade não perdoa.
Cada vez que vejo esta pancinha no espelho ou mesmo sem ele (espelho), fico chateada, porque sei que a culpa é minha, porque não consigo deixar de comer as coisas que gosto, porque não arranjo 15 minutos por dia para fazer algum tipo de exercício, porque sempre pensei que eu não entrava no grupo dos que querem o corpo de uma maneira mas não fazem nada para o ter.
Por isso a minha opinião mudou, porque agora sou eu! E agora sei que não rebolo porque tenho sorte de ser como sou, e tento não criticar tanto os outros, seja sobre este tema ou qualquer outro do qual não saiba o suficiente. E sinto-me triste que só consigamos entender certas coisas depois de passar por elas, mas também por perceber que afinal não tenho a força de vontade que julguei que tinha.

A parte "cómica" (apenas para o meu marido) é as 3 ou 4 ocasiões em que me perguntaram se estava grávida, e que a minha reacção foi: "NÃO! Claro que não! (vermelha que nem tomate), e tenho considerado (duvido que o faça, mas pensar nisso faz-me sorrir) que a próxima vez que alguém (desconhecido) perguntar na fila do supermercado ou nos transportes públicos se estou grávida, e a resposta continuar a ser não, vou responder: "Sim, já estou de 6 meses!" dando ainda maior destaque à barriga, assim em vez de pensarem que tenho uma barriga proeminente em comparação ao resto do meu corpo, vão pensar: que barriga pequena que ela tem!

*Expressão em espanhol muito utilizada no pais onde nasci. Tradução: Que treta que nunca falta o bendito "mas"!

domingo, 29 de março de 2015

A natação

Acho, e é da minha opinião que é muito importante as crianças fazerem exercício, não falo de andarem em casa a correr de um lado para o outro ou mesmo no parque (sempre é melhor que nada), mas sim de fazer algum tipo de desporto. É óptimo para ajudar à coordenação dos movimentos, para interagir com outras crianças, ajuda na timidez, a aprender o que é o espírito de equipa. Só não acho correto iniciar as crianças pequenas logo em competições, mas isso já é com os pais e com a personalidade de cada criança.

Logo que seja possível acho muito bom para a formação das crianças terem algum tipo de actividade desportiva, já seja football, Karaté, natação, ou qualquer outra que a criança mostre interesse ou os pais achem adequado. Não pretendo esticar-me nos inúmeros benefícios de se praticar desporto desde pequeno, pois não sou médica nem psicóloga, mas sempre achei importante e gostava, primeiro como criança, e agora como mãe. 

Por este motivo, tenho insistido em inscrever o meu menino para aulas de natação.
Escolhi a natação por diversos motivos, sendo que o primeiro é obviamente aprender a nadar, e como não estou muito de acordo com o desporto de competição, achei que este contra o Football e o Karaté tem menos tendência em chegar a grandes campeonatos, pelos menos em crianças.
Então, este mês, consegui vaga numa piscina perto de casa e a saga das aulas de natação começou.

Aulas de natação episódio I

As compras, porque, como boa mulher que sou, qualquer coisa é desculpa para ir às compras (e como por agora ele só pode ir acompanhado de um familiar, isto é: a mãe), desde fatos de banho, toucas, toalhas, e tudo o que considerado indispensável; o mais difícil foi decidir entre fralda para banho ou fato de banho reforçado, mas escolhemos a fato de banho para reter os acidentes. O fato de banho para a mãe foi para esquecer, e no fim a decisão foi procurar outra solução pois figura para fato de banho não tenho e figuras tristes dispenso, mais parecia um homem com o peito (que já não é muito) totalmente achatado, a barriga que se destaca mais do normal, então como tenho alguma vaidade optei por não parecer um rapazito magro com barriga, e nas minhas coisas encontrei um tankini (bikini cujo top é uma camisa de alças), que até agora ainda não levantou suspeitas.

Aulas de natação episódio II

Lá vamos nós (eu e o miúdo) todos piriris e emocionados para a primeira aula, já há vários dias a prepara-lo para a piscina. No balneário a coisa ainda correu bem, e nem lhe incomodou a touca, estivemos ainda uns minutos sentados perto da piscina à espera que terminasse a aula anterior, e às 10 em ponto começou a massacre: 20 minutos  (numa aula de 30) a chorar e a gritar a plenos pulmões a querer sair, transformado em polvo, não sei de onde saíram tantos braços e pernas, todos agarrados a mim que nem lapa. Nem fiz qualquer tentativa de seguir as instruções do professor, passei o tempo todo a tentar convence-lo que estava tudo bem e que não o ia largar, já para o fim foi feito um jogo com bolas que o fez parar de gritar, mas não aligeirou os braços do pescoço nem as pernas da cintura, a segunda aula foi mais do mesmo, e ouvir os outros pais a dizer que é normal e que vai melhorar. Na terceira aula, entrou sem chorar, apenas um leve choramingar, que me deixou esperançada, durante o primeiro exercício consegui mudar a posição de "polvo à volta da presa" e em dada altura já o ouvi a rir, o que me deixou numa felicidade própria de mãe babada. A quarta aula, ia com grande expectativa, era a minha emoção e a dele, mal me sentei na beira da piscina, pediu para entrarmos. Não ouve medos, nem choros, saltou para os meus braços e bateu as perninhas na água, com uma confiança quase cega, então qual é o problema?
Pois no meu tamanho e força, e dado o à vontade que ele recém adquiriu, mais o andar em pontas dos pés para poder agarra-lo da maneira certa, estas aulas são realmente o exercício semanal: o dele e o meu! 

Aulas de natação episódio III

O marido por fim se sente casado com uma mulher e não com o peludo homem das cavernas! A mãe tem todo um post para falar de pelos encravados, comichões e afins.
Isto de ter fortes convicções nem sempre sai a nosso favor!

quinta-feira, 26 de março de 2015

Fotos

Adoro fotografar, não me considero fotografa nem realmente muito boa mas não deixo de gostar ou de o fazer por não ser excelente!
Gosto de fotografar coisas, lugares, edifícios, animais, pessoas (nem sempre), monumentos, detalhes ou simplesmente o que me chamar a atenção, não tenho uma maquina fotográfica muito boa, por isso certas coisas que são lindas ao olhar, depois na foto não tem o detalhe que tem ao vivo.
Aqui estão algumas, aceito opiniões, boas ou más.



Se calhar tenho saudades da praia. É melhor escolher outras.







Esta ultima é um bom exemplo daqueles detalhes que às vezes encontramos e que nos parecem lindos, mas depois na foto (talvez pela máquina) perde grande parte da beleza. (Pare quem não perceber é uma teia de aranha depois da chuva).


terça-feira, 24 de março de 2015

Opinião vs paixão

É verdade sou muito apaixonada em relação ás minhas opiniões, e em ocasiões posso parecer mais agressiva do que pretendo, por esse motivo com o passar do tempo aprendi que nem sempre é apropriado dar a nossa opinião, especialmente se o interlocutor é tão apaixonado como nós. Apesar de gostar de ter e dar a minha opinião, não gosto de confrontos e discussões, e infelizmente isso é o que acontece quando duas pessoas têm opiniões diferentes, especialmente quando o tema é controverso.
Penso que este é um dos motivos que me levou a criar um blog, poder escrever, pôr cá fora pensamentos que muitas vezes não passam disso: pensamentos, mas sem o fazer com alguém em especifico. Escrever é realmente muito terapêutico e educativo também. Com o passar do tempo tenho aprendido (ainda estou a aprender) a dar a opinião (especialmente se difere da dos outros) de forma calma e saber calar quando não é bem recebida.

E nem tudo precisa de uma opinião, também é importante perceber que nem tudo precisa ser opinado, catalogado, há coisas, situações que apenas precisamos ou necessitamos ou queremos que sejam contadas, entendidas ou apenas ouvidas. É e será das coisas mais importantes que devemos (devo) aprender, a ouvir sem dar uma opinião (ou sequer formar uma automaticamente).
Pois sei que é muito libertador poder contar o que quer que seja sem sentir que uma opinião se esta a formar na cabeça dos outros (os olhos dizem muita coisa), a frase que mais se aplica aqui é: faz ao outros o que gostarias que te fizessem a ti ou não faças aos outros o que não gostarias que tem façam a ti! é tão simples, mas tão difícil!

segunda-feira, 23 de março de 2015

Um pouco de mim . . . (#1)

O motivo para eu ter uma opinião muito minha, e regra geral diferente à da maioria, é porque tenho tido uma vida um pouco diferente da maioria.

Para começar tenho dupla nacionalidade, o que enquanto criança e adolescente era mais complicado de gerir, e porque vivi em ambos países, acabei por me considerar uma cidadã do mundo, pois estando num lugar era sempre do outro, o qual não é agradável, é como se fossemos constantemente postos de parte. Nem sempre as pessoas o fazem de propósito ou por mal, mas há uma grande necessidade de catalogar as pessoas. Em vez de tentar encaixar, comecei a deixar-me levar por ser um pouco de "espírito contraditório", isto é: "querem que seja diferente, vou ser sempre diferente"!

Actualmente já não é uma rebeldia (talvez um pouco), e aprendi que nem tudo é como a maioria diz que é. Tento perceber os vários aspectos, ver se há outros pontos de vista.

Mas mais importante que ter uma opinião, é respeitar uma opinião, sim, porque contrariamente ao que muita gente pensa, respeito a opinião dos outros, o facto de eu ter a minha ou mesmo não entender as dos outros, respeito-as. Não tenho que entender para respeitar!

Existe também uma grande contradição com este meu blog, sendo que um blog é algo muito publico, e eu sou uma pessoa extremamente privada, não combina (este foi o motivo pelo que demorei anos a publicar o primeiro post), vamos ver no que dá! Peço desculpa se algumas questões mais pessoais sejam um tanto ambíguas. É uma luta, querer partilhar sem "give it all away"!


Posso ter a minha opinião?

Olá leitores (provavelmente apenas eu)
Há uns anos que criei este blog, mas esta é a primeira vez que vou postar alguma coisa, ter um blog já à muito tempo que me consome o pensamento, e apesar de ter dado o primeiro passo para o começar (criar o blog), nunca consegui pôr as ideias em ordem para realmente começar a escrever. No entanto o tempo disponível para escrever neste momento sobra, então decidi fazer a experiência, espero ser bem sucedida, pois realmente gosto de escrever, mas mesmo que o sucesso não faça parte, o que gostaria mesmo é que seja uma boa experiência.

Em relação ao titulo penso que reflecte bem quem sou, tenho opiniões muito minhas, e sobre (quase) tudo. Apesar da suposta liberdade de pensamento da sociedade em que vivemos, sinto me muitas vezes olhada de lado, por ter opinião, por fazê-la ouvir ou em muitos casos por não concordar com o que é a "opinião" geral! Isto é um "statement" quero, gosto e vou continuar a ter a minha opinião.

Então, para resumir, sou mãe e sou mulher (de género e de alguém), mas este blog não reflecte o meu género, nem a minha condição, reflecte sim a minha pessoa, e por norma será um diário (sem ser todos os dias), para poder nele deitar pensamentos, ideias, opiniões que nem sempre me atrevo a falar, mas que escrever será certamente mais fácil.

A quem estiver desse lado, bem vindo/a primeiro que tudo, obrigada por me ler, será um privilégio.
E peço desculpa se alguma das minhas opiniões ferir susceptibilidades, não estou aqui para insultar ninguém, mas se assim acontecer, não é com esse intuito que escrevo.

Obrigada