sábado, 3 de junho de 2017

Os problemas do metro

Tem se falado muito ultimamente que o metro de Lisboa tem muitos problemas, mas hoje (para variar) vou falar dos problemas cuja solução não depende directamente de quem gere o metro.
Como sabem ando de metro regularmente (quase todos os dias vá), regra geral faço-o com duas crianças pequenas, e deparo-me constantemente com 3 problemas em específico.
O primeiro é o óbvio: os lugares prioritários, os quais nunca peço (prefiro ir em pé do que ir a viagem toda com olhares mal-encarados), quando estava grávida a desculpa era que não tinham a certeza ou que de certos ângulos não se percebia a barriga, e agora que ando literalmente com a criança pendurada no meu peito, qual é a desculpa?
Já me aconteceu notar as pessoas sentadas a verem-me quando estou da parte de fora à espera para entrar, mas quando entro está tudo ao telemóvel, a ler ou a "dormir" e " ah peço desculpa mas não a vi" quando uma outra pessoa que está em pé pede se alguém me pode ceder o lugar. Continuo a pensar que isto de exigirmos certas melhorias deve começar connosco e já tive que me levantar para dar lugar a gravidas ou pessoas idosas.

O segundo, não tão óbvio: a questão dos elevadores (que também se aplica a centros comerciais). Então, para quem não sabe (que aparentemente é quase toda a gente) ao lado do símbolo que mostra a existência de um elevador existe um outro símbolo muito parecido ao dos lugares prioritários, que indica que o elevador é para ser utilizado por pessoas com prioridade, só depois de entrarem estas pessoas (ou não havendo nenhuma) é que podem entrar as outras, mas a maioria das pessoas é terrivelmente ignorante ou simplesmente não querem saber, e agem como se fosse por ordem de chegada e até olham de lado para as grávidas ou pessoas com carrinho de bebé e chegam-se um bocadinho mais perto da porta para não lhes "roubarem o lugar". No meu caso actual, já desisti de utilizar o elevador, porque não utilizo carrinho. No fim da gravidez, quando saia do metro, ainda no cais, e para evitar ficar em pé do lado de fora do elevador à espera que voltasse, sentava-me à espera que entrassem todas as pessoas com óbvios sinais de "incapacidade mental" (sem querer ofender quem realmente tem alguma incapacidade mental), e utilizava o elevador sem me chatear.

Por último, mas não menos importante: penso que esta situação é menos grave que as outras, mas que continua a mostrar uma grande ignorância e desrespeito pelos outros. Havendo também um símbolo que indica junto às escadas rolantes que o lado direito serve para quem quer ficar parado, e o lado esquerdo para quem quer andar, ora isto nem é muito difícil de perceber quando as utilizamos, mas há quem simplesmente não lhe interessa e pára onde é para andar, muitas vezes em horas de grande afluência, impedindo a rápida circulação de quem tem pressa ou simplesmente não quer ficar parado. Não falo obviamente de pessoas com grandes malas ou coisas volumosas ou que por qualquer outro motivo válido precisa de utilizar os dois lados. Mas se o meu filho que tem 4  anos, sabe que o lado esquerdo é para andar, não deve ser algo muito difícil de perceber e aprender, até porque na condução funciona de forma parecida.

A meu ver, fazer exigências de melhorias nisto ou aquilo, talvez fosse mais válido se nestas pequenas coisas soubéssemos fazer o correcto. Há quem diga que as melhorias que queremos ver no "mundo" devem começar connosco.

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