quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Política e religião


Não gosto de falar de política, nem gosto de falar de religião.

Porque detesto a necessidade que temos (todos) de tentar mudar o que os outros pensam e sendo dois temas nas quais as escolhas são tão pessoais, é muito fácil criar desentendimentos.
Se soubéssemos respeitar as escolhas dos outros, mas não sabemos.

Falo em plural porque me estou a incluir a mim mesma. Como a maior parte das pessoas, penso que as minhas escolhas são as correctas, e apesar que em muitas coisas, posso mudar de opinião se vir que não estou certa, nestas duas sou cabeça dura e acredito no que acredito.
Detesto que me tentem dissuadir do que acredito ou que procurem falhas (porque elas existem) e me "atirem" com elas como se fossem falhas minhas, mas nenhuma ideologia, já seja religiosa ou política, carece de falhas.
Se há coisa contra o que luto todos os dias (e devo dizer que nem sempre consigo e que para mim é muito difícil) é não tentar fazer entender aos outros o meu ponto de vista ou as falhas no que acreditam, e aprender a ficar calada.

Além dos dois temas que mencionei devo incluir o football, neste caso mais concretamente os clubismos e fanatismos exagerados, que é algo com o qual sou contra, não entendo e, verdade seja dita, não faço por entender, e sobre o qual faço um grande esforço por não fazer comentários negativos, o que como já disse, nem sempre consigo.

No entanto a situação mundial mais recente, especialmente na Europa, África e Médio Oriente, assim como nos Estados Unidos da América, a qual é causada por problemas gravíssimos nos dois temas que não gosto de falar, uma profunda crise de valores e ética na política e políticos, a nível mundial, e uma terrível falta de respeito e moral de todas as religiões.

Não gosto de falar sobre esses dois temas, mas ultimamente é cada vez mais difícil, não falar na falta de respeito que temos uns com os outros, sem respeitar as escolhas uns dos outros. A habilidade que têm os "Robin Hood´s" da nossa era de roubar aos pobres para dar aos ricos. A pouca compreensão que temos para entender as crenças que não são as nossas. A facilidade que temos em ignorar  as necessidades dos outros mesmo quando tínhamos possibilidade de ajudar. A forma tão banal como utilizamos os outros (pessoas ou animais) para os nossos próprios propósitos.

Não quero vender as minhas ideologias a ninguém, e não gosto de dar concelhos não solicitados.
O que quero, sim, é lembrar que refugiados, pessoas pobres e animais não são lixo e merecem tanto quanto cada um de nós. O que quero é que cada mãe pense se gostaria que o corpo do seu filho, o seu bebe morto e maltratado fosse a única forma de abrir os olhos a milhões de pessoas que só pensam no seu próprio bem estar. Que se ponham no lugar dos outros e percebam que certas decisões não se tomam por capricho ou vontade. Que abram os olhos e deixem de inventar diferenças onde elas não existem, como, cor da pele, género, crenças, orientação sexual, etc. Que percebam de uma vez por todas que o facto de não saber falar e andar de quatro patas não é desculpa para ser maltratado, pois também sentem dor física e emocional.

Porque as imagens nos nossos ecrãs não são histórias tristes, filmes e actores; são seres de carne e osso tão reais como nós e os nossos miseráveis problemas!

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