quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Manifesto: I had (have) a dream....

O sonho da minha vida desde que tenho noção das coisas foi ter um lindo casamento!
Mas não me refiro a aquele sonho, comum a todas as meninas, de casar de vestido branco, com o véu a condizer, numa festa com toda a família e amigos, caminhar até ao altar do braço do pai, e trocar em frente a todos as promessas com o futuro marido. Apesar de achar tudo isso muito bonito, nunca fez parte do meu sonho.


O meu sonho referia-se a uma vida a dois, um casamento para toda a vida, envelhecer com alguém. Partilhar uma casa, ter filhos, acordar de manhã ao lado de alguém, jantar todas as noites à mesa em família, deitar o(s) filho(s), a partilha das tarefas domésticas, ir deitar ao mesmo tempo partilhando as ocorrências do dia, fins de semana em família com dias de chuva em casa e dias de sol em passeio. (Talvez um pouco influenciado pelos livros e a televisão, e pelo que me faltou).


Mas infelizmente a vida real não é assim, ou pelo menos a minha! E sinto-me injustiçada , porque sei que é uma realidade para muitas famílias.
Sei que as discussões são normais numa relação saudável, e não espero uma vida sem elas. Sei que problemas todos temos, o dinheiro é pouco, a saúde nem sempre é certa. Sei que certas ausências são inevitáveis, um jantar de colegas, um fim de semana de trabalho, uma viagem de trabalho . . .
Mas ser casada e parecer mãe solteira, ter um marido que mais parece um "roommate", eu a entrar e ele a sair ou vice-versa, raramente acordar juntos, responder "O pai está a trabalhar" mais vezes que as devidas, ter conversas por sms, dormir sozinha, não, isso não fazia parte do meu sonho. Ter filhos a quem dar banho, dar o jantar (muitas vezes feito à pressa e sem vontade), brincar uns minutos (porque não há tempo para mais), ler uma história na cama antes de adormecer, acordar de manhã, levar à escola são coisas que esperei pacientemente por alguém com quem o quisesse partilhar, e não, também não fazia parte do sonho fazê-lo sozinha (a maior parte dos dias).
Se há quem o faça, claro que há, e são felizes, que bom por eles, mas eu não sou, não foi o que sempre sonhei.


Esperei pacientemente e encontrei a pessoa com quem partilhar tudo o que sonhei, esperei pacientemente porque quando o encontrasse era suposto ter tudo o que sonhei, e não vou deixar de sonhar e lutar e discutir e fazer vencer o que sempre foi o meu sonho, não me vou render ao "tem que ser" ou "a vida é assim". Vou reclamar, gritar, chorar, mas o meu sonho não se vai perder nas obrigações e responsabilidades da vida real! E só vou descansar quando o meu sonho seja a minha realidade. . .


 







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