quinta-feira, 15 de outubro de 2015

"No basta" (Not enough)


Há algum tempo, ou melhor, há já bastante tempo, penso que antes de estar casada, li um pequeno texto, daqueles lamechas que aparecem de vez em quando (todos os dias) nas redes sociais. Este texto falava da diferença entre uma família perder um pai e uma empresa perder um empregado, é daqueles textos que meio mundo faz "gosto" e comentam o muito que concordam com o texto, mas na realidade, todos esses gostos são fictícios, pois na vida de cada um, muito poucos são os que põem a família à frente do trabalho, do dinheiro, da carreira. Não digo que não gostem da família ou que não façam o que podem quando é mesmo necessário ou que até preferissem que fosse diferente, mas voltamos ao irritante "tem de ser e o tem de ser tem muita força", desculpem mas esta frase é o lema de quem está conformado com certas injustiças, que desistiram de tentar ter o melhor que a vida pode oferecer.  Pergunto me se realmente querem passar mais tempo com os filhos, a mulher, o marido, os netos, os pais, ou se na verdade preferem os trabalhos, as obrigações profissionais, as carreiras??

Tudo isto me causa uma profunda tristeza, primeiro porque acredito que a causa deste mundo tão fracturado se deva à falta de valores familiares, depois porque sei que quando chegarmos a velhos, os títulos, as conquistas profissionais não nos vão dar apoio, não nos vão fazer companhia, não nos vão dar pequenas alegrias do dia a dia.

Mas mais que ter tempo para estar com os pais, ou a/o mulher/marido, o realmente importante é ter tempo para os filhos. Já durante a minha gravidez dizia muito a frase: Não quero ter filhos para que sejam criados pelos outros" e esse continua a ser o meu lema.

O tempo que sou obrigada a dar para receber um ordenado, é algo que neste momento não é menos porque me é impossível, mas mais não dou porque, verdade seja dita, ninguém dá nada a ninguém, nem nós a eles nem eles a nós. Sou pessoa de exigir os meus direitos custe o que custar, e não entendo quem deixa que passem por cima dos seus direitos, seja por medo, ou qualquer outro motivo. Certas empresas actualmente, fazem o que querem, pois sabem que as pessoas têm medo, mas mesmo assim as pessoas reclamam mais o facto de não receberem o ordenado certo do que quando os fazem trabalhar mais tempo do que é legal e consta nos seus contratos.

Será que não entendem que o tempo a mais que dão às empresas (muitas vezes nem pago é) é tempo roubado às suas famílias? É mais importante reclamar o dinheiro que recebem a menos do que o tempo a menos que os seus filhos recebem? Porque é que reclamam com tanta facilidade o dinheiro a menos, mas não vejo ninguém a reclamar o tempo que perdem com a família? Querem mesmo estar com a família, ou é mais importante o dinheiro?

Isto entristece-me ainda mais quando nem sequer consigo fazer entender isto ao pai do meu filho!
O "tem de ser" só tem a força que nós lhe permitimos que tenha!

Se as meras palavras escritas (ditas) não fazem efeito, talvez as palavras cantadas façam!
Esta canção é das mais bonitas que conheço, não só pela melodia, mas principalmente pela letra, as palavras.



Mesmo que não falem espanhol, não é difícil de perceber se puserem atenção.
A canção é de um cantor venezuelano chamado Franco de Vita e chamasse "No basta"! Cuja tradução é: "Não é Suficiente".  


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