domingo, 31 de dezembro de 2017

O que é isso?

Nunca na minha vida fiz um balanço do ano que está a terminar (ou algo que se pareça), mas talvez devesse, dizem que é liberador e ajuda a perceber o que queremos para o próximo ano, não em modo "resoluções de ano novo" mas em modo "coisas a fazer para melhorar a minha vida"!
Então, foi um bom ano no geral, o único que não me agrada e que gera muito conflito familiar é que o tempo que o pai da família não está conosco é muito superior ao que está. Mas mesmo gerando conflito é algo que não tenho intenção de deixar de reclamar.
Foi o primeiro ano (desde que entrei no mercado laboral) que passei o ano inteiro sem trabalhar fora de casa, e não me arrependo nem um pouco. A primeira metade estava de licença oficial, e a segunda metade foi, o que a meu ver devia ser a continuação da licença. Mas sorte a minha que tive este privilégio, o de ser despedida (ah, desculpem, de o meu contrato não ter sido legalmente renovado) por ter tido um bebé. Percebi o que quero e o que não quero para a minha família e vou procurar que o que quero aconteça mais vezes.
O mais importante do meu ano foi, sem dúvida, poder acompanhar o crescimento dos meus filhos diariamente, e saber que estão bem e saudáveis. Agora só falta que o pai dos meus filhos possa ter o mesmo privilégio que eu, não sei se será no próximo ano, mas vou fazer por isso.
A parte menos boa deste ano foi no campo das amizades e apesar de ter ganho novas amigas (virtuais, mas muito presentes e importantes), voltei a perceber o delicada que é a amizade, e como por coisas insignificantes nos afastamos de amigos. É triste mas é a realidade, e mesmo sendo algo que já não é a primeira vez que me acontece, não deixa de magoar, e apesar que sou pessoa que perdoa rápido (mesmo que não pareça), não esqueço, o que não permite que as amizades voltem ao mesmo. Se vou mudar ou se alguma coisa vai ser diferente neste tema, não sei. Só sei que eu e o que me faz sentir bem vai estar sempre em primeiro. Um conselho para o novo ano: não gostas de mim, faz me saber, "don't pretend", prefiro saber e até tentar mudar (se for caso para isso) do que levar com a hipocrisia de quem não gosta de mim.
Como disse, no geral foi um bom ano, calmo e sem grandes mudanças. Foi um ano de introspeção.
Espero com entusiasmo o que 2018 me trouxer.
Este balanço foi puramente pessoal, e não espelha de maneira nenhuma os acontecimentos na vida de familiares, amigos, conhecidos ou desconhecidos no panorama nacional e mundial.



sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ser tia

Do meu ponto de vista existem 3 possibilidades para se ser tia/tio.
Os filhos dos nossos irmãos fazem de nós tios de verdade, e isto infelizmente nunca vou ser. Sempre achei que as pessoas casadas com os meus tios/tias não eram realmente meus tios, não é algo que eu diga por mal ou de forma depreciativa, é apenas que acho que são tios de casamento, mas não sei como funciona isto legalmente.
E por último existem os tios postiços, quer dizer, aqueles amigos do peito que consideramos como "irmãos" e muitas vezes passam mais tempo conosco que a própria família, e chegam em muitos casos a substituir os tios verdadeiros.
Como já disse, nunca vou ser tia de verdade e é algo que mexe muito comigo. Talvez um dia seja tia por casamento, mas por enquanto não está à vista.
O que realmente nunca pensei foi ficar tão ansiosa e entusiasmada em ser tia postiça. Está para acontecer a qualquer momento e estou constantemente a ver o telemóvel, tento dar conselhos que não sejam muito chatos e apoiar as decisões.
Acredito realmente que os amigos são a família que escolhemos e tanto como os meus filhos têm tios postiços que são importantes na vida deles, espero ser uma boa "tia" e estar à altura do desafio.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Nem tudo o que parece é!

É engraçado dar nos conta que a ideia que temos de nós mesmos não coincide de todo com a opinião que têm os outros, e tenho vindo a perceber isto num assunto em particular últimamente.
Sou uma pessoa muito insegura, e desde a minha adolescência tenho vindo a aperfeiçoar a minha capacidade de não me importar com o que os outros pensam de mim, mas no fundo, bem escondida, a vozinha que questiona tudo o que eu faço continua lá.
Depois de vários comentários em nada relacionados a mim directamente e de diferentes pessoas, notei que geralmente as pessoas me vêm como alguém muito segura de si mesma, e isto dá-me vontade de rir, é quase como chegar a um lugar onde ninguém me conhece, dizer que sou cirurgiã, e sem nunca fazer nenhuma cirurgia todos dizerem o boa que sou no meu trabalho. E este post é só para lembrar que alguém que parece ser forte e muito segura nem sempre é, só desenvolveu uma grande capacidade para fingir que é.

sábado, 14 de outubro de 2017

O parto da Oriana (parte II)

Como já disse (parte I aqui), infelizmente ter planos para um parto não é de todo indicação de como vai correr, e muitas coisas que queria foram eliminadas logo de inicio, como um parto na água (não sendo possível no SNS, o privado não era opção), ou esperar pelo inicio espontâneo do trabalho de parto.
Como combinado, no dia seguinte por volta do meio dia deram-me um comprimido para a indução, como o pai da criança tinha estado a trabalhar durante a noite só lhe liguei a essa hora.
Ter certezas em relação a como vai correr um parto é quase como ter a certeza sobre uma qualquer característica do bebe antes dele nascer, é impossível! Mas pensei que este seria um parto rápido, ou pelo menos mais rápido que o primeiro, porque isso é o que dizem.
Estava enganada.
Voltando ao inicio, liguei ao meu marido mal me deram o comprimido para induzir, e na minha inocência pensei que seria algo rápido, pois o primeiro tinha durado 7 horas em total. E de seguida entreguei o plano de parto que tinha feito, para ficar junto do meu processo, o qual foi bem aceite. Não estava presa à cama, nem ao CTG, nem ao soro, tinha autorização para andar, tomar duche e comer/beber (como solicitado no plano de parto). Andei vezes sem conta pelo corredor com o meu marido, e até recebi a maravilhosa visita de uma amiga que me fez uma massagem na zona lombar, fui ao duche todas as vezes que quis e até me deixaram usar a bola de pilates, mas a dilatação avançava a passo de caracol e devo ter demorado umas 8/9 horas para chegar aos 3 dedos de dilatação com as contracções já a apertar. Na zona onde estávamos o meu acompanhante tinha que sair à 9 da noite e eu só podia passar para a sala de partos depois de atingir os 3 dedos, começava a ficar nervosa de que o meu marido tivesse que ir embora estando eu já a chegar a um ponto de não suportar as dores. Até que cheguei aos 3 dedos mesmo na altura certa, e lá fomos nós para a sala de partos, teria querido ir pelo meu pé, mas já não consegui.
Em duas horas cheguei aos 8cm de dilatação, mas já eram 11 horas com contracções, e na sala de partos já não eram tão permissivos, tinha que estar constantemente ligada ao CTG (o que não permite muita margem de manobra), estava a chegar ao meu limite em dor e cansaço.
Num momento de debilidade pedi a epidural (que eu não queria levar e tinha pedido no plano de parto para não oferecerem) e apesar de já ter os 8cm, foi me logo administrada.
Devo fazer um aparte, e apesar de terem sido sempre respeitadas todas as minhas vontades (tirando o estar constantemente ligada ao CTG na sala de partos) e todas as enfermeiras me terem tratado com respeito e amabilidade, a anestesista que me deu a epidural foi arrogante e mal educada, e mal entrou o primeiro comentário que fez foi: "Não era esta a mãe que não queria a epidural?" como se a minha recusa fosse um ataque pessoal à sua pessoa. Estivesse eu no meu estado normal e tinha-lhe respondido como se merecia, mas precisava das minhas forças para coisas mais importantes. O tempo todo que esteve na sala comigo o seu tom e atitude foram sempre arrogantes, e os comentários à minha recusa da epidural uma constante, nunca lhe respondi, mas fiz tudo conforme me indicou pois não ia deixar que algo corresse mal com a epidural por minha culpa. Apesar de tudo ter corrido bem e a dor ter diminuído quase de imediato, fiquei desiludida de mim mesma.
A partir daqui vou descrever a expulsão para quem não quiser continuar a ler.

O processo de administração da epidural deve ter demorado uns dez minutos, e mal saiu a anestesista e enfermeira-parteira viu que já tinha a dilatação completa ("damn it!" foi o primeiro que pensei, mas estou consciente que o facto de ter estado relativamente relaxada durante a administração da epidural pode ter sido o que ajudou a que a dilatação fosse mais rápida), mandou o meu marido entrar e estando apenas os 3, perguntou se queria as luzes todas ligadas ou apenas as necessárias, a minha primeira resposta foi: "Tanto faz", mas ela voltou a perguntar e disse que quem decidia era eu, então pedi para ficar com pouca luz. Depois sentou-se aos pés da cama e guiou-me para fazer a força necessária para a bebé "encaixar" (whatever that means), penso que é quando a cabeça do bebé entra no canal de parto, mas não tenho a certeza, e a seguir preparou o que faltava para a expulsão, foi espectacular a maneira como me senti capaz de fazer tudo o que me dizia e a força que me transmitiu a enfermeira, em dada altura perguntou se queria sentir a cabeça da minha filha mesmo antes dela sair e foi uma sensação muito estranha, quando por fim saiu a cabeça e logo a seguir os ombros (nunca senti o chamado "anel de fogo") a enfermeira perguntou se queria puxar a minha filha, ganhei força não sei de onde, e da minha posição de semi-deitada (no início da expulsão a enfermeira disse que me podia pôr na posição que quisesse, mas o cansaço era tanto que fiquei quase deitada), levantei-me como se não estivesse cansada agarrei na minha bebé (que ainda tinha metade do corpo dentro de mim), e puxei para o meu colo.
Outro aparte, não posso . . .  de maneira nenhuma . . .  encontrar palavras para descrever o que senti e o que significou para mim poder fazer isto, e não há nada que tenha feito em toda a minha vida até agora que se iguale (não quer dizer que o parto do meu filho não tenha sido importante, e não influencia de maneira alguma o que sinto por ele), por isso se alguém não entende os motivos que me levam a dizer que foi algo maravilhoso para mim, não lhe vou poder explicar, ou se entende ou não se entende.
Não me recordo se ela chorou logo ou não, sei que estava de olhos abertos e que se mexia, a enfermeira perguntou se podia cortar o cordão, e pedi para aguardar mais uns minutos, pois tinha lido muito sobre os benefícios do corte tardio do cordão. Também não me recordo quantos minutos esperou nem me recordo se a placenta saiu antes ou depois de cortarem o cordão, mas lembro de me ter perguntado se a queria ver, e o que pensei é que é maior do que pensava. No momento de cortar o cordão perguntou ao Pedro se queria cortar e penso (infelizmente a memória falha em momentos de grande intensidade emocional) que ele hesitou mas acabou por aceitar. Desde que a puxei até que a levaram para vestir, esteve no meu colo junto ao meu peito, e quando a levaram o pai foi com ela. Depois de a levarem a enfermeira tratou da minha laceração, pois apesar de eu ter pedido para não fazerem episiotomia, como já tinha sido feito no primeiro parto, a pele rasgou no lugar da cicatriz.
Não foi o parto natural e humanizado que idealizei e não correu tudo como teria gostado, mas em comparação com o primeiro parto foi uma vitória, pois senti que a minha opinião e querer foram tomados em conta, e a abertura de mente da enfermeira não só para aceitar os meus pedidos, como para tornar a experiência o melhor, dentro do possível, foi de extrema importância!
Nasceu um pouco antes das 11h30 da noite, e ao igual que no primeiro parto, mal ela saiu, todas as dores e todo o cansaço desapareceram, e fiquei num tal estado de euforia que todo o mal-estar parece uma memoria longínqua.










quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Amizades de oportunidade

Há uns dias, em conversa com o meu cunhado, mostrei-me desiludida de alguns amigos, que estão sempre muito ocupados, mas depois andam sempre a passear e em saídas. E pergunta-me ele: Se te tivessem convidado, terias ido? (como se dissesse que a culpa é minha por ter filhos).
Com um 99,9% de certeza a minha resposta teria sido que não, se me tivessem convidado, essencialmente porque normalmente são coisas que não dá muito jeito com crianças (como por exemplo ir jantar a uma tasca com pouco mais que petiscos, bebidas alcoólicas e mesas e bancos altos) e mesmo que seja apropriado é sempre complicado arranjar lugar para todos num carro, vamos ser honestos, ninguém que não tem filhos e se quer divertir vai sequer considerar a hipótese de convidar a passear/sair uma "amiga" com dois filhos pequenos de "atrelado".
E entendo, algumas vezes também me pergunto onde tinha a cabeça quando decidi ter filhos (são poucas vezes), que isto é muito complicado de gerir.
No entanto, amizades verdadeiras, são (como num casamento) para o fácil e para o complicado.
E tenho pensado que a grande maioria das amizades que fazemos em adultos são o que eu chamo "amizades de oportunidade", que basicamente são aqueles amigos que fazemos porque trabalhamos juntos ou moramos ao lado, ou que por qualquer motivo vemos muitas vezes e acabamos por conversar, combinar saídas e até convidar a festas de família e aniversários, mas quando deixa de existir o motivo que nos leva a ver com frequência, a amizade se vai desvanecendo. Não acho que seja um problema de agora, apesar que a Internet e as redes sociais criam a ilusão que a amizade continua. Talvez antes fazíamos um maior esforço para manter o contacto com algumas pessoas, mas é algo que sempre aconteceu.
Realmente não é a primeira vez que me acontece, mas não deixa de me entristecer ver que é tão difícil ter amizades verdadeiras, e apesar que sei que posso ligar e combinar algo e vai ser giro, não é uma amizade do "dia-a-dia", daquelas que mesmo não vendo a pessoa diariamente vamos falando, partilhando pequenas coisas que acontecem ou piadas que só essa pessoa vai entender. Uma amizade é para as coisas grandes e importantes, mas uma verdadeira faz-se das coisas pequenas.
Não me posso queixar, tenho grandes amigos e se precisar sei que não me falta ajuda e companhia, mas fez-me falta um amig@ para as coisas pequenas.

(Aviso já que não me encontro disponível para receber chamadas e mensagens de pena a perguntar se estou bem. Estou muito bem. E só para que fique claro, não me estou a queixar, a reclamar ou a exigir nada a ninguém, estou apenas (tristemente) a constatar um facto na minha vida, que até pode não ser comum á vida dos outros).

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Ser mãe é . . .

Há uma semana a ouvir falar do passeio à Quinta Pedagógica.
No dia do passeio chegar à escola 15 minutos antes da hora, ir buscá-lo à espera de ouvir tudo sobre como correu, e o primeiro que diz foi: Não fomos ao passeio porque o pneu do autocarro teve um furo, mas não faz mal, vamos amanhã!
Sair hoje de casa com tempo suficiente para chegar à mesma hora de ontem.
Ver o metro a ir embora ao chegar à estação e esperar 6 minutos pelo seguinte.
E o tempo a passar . . .
Depois de estar em várias paragens mais tempo do normal e um "turn off and on again", o metro avariar numa estação sem nenhuma outra alternativa senão esperar pelo seguinte com um menino à beira das lágrimas porque o autocarro se vai embora sem ele.
Ver o outro metro a chegar, abrir as portas e haver uma parede de gente, sem sair uma única pessoa, estando o cais cheio de todos os que saíram do metro avariado.
Respirar fundo, pedir desculpa e tentar espremer-me com a miúda presa ao peito e o miúdo pela mão.
Conseguir um lugar sentados, com duas crianças em cima, uma delas a gritar a pleno pulmão.
E o tempo a passar . . .
Chegar à nossa paragem e começar literalmente a correr mal abrem as portas, subir, sem parar, 4 lanços de escadas rolantes qual representação de "saídos das entranhas do inferno".
Apanhar o elétrico (que não é costume, mas estava mesmo a passar) para fazer 500 metros, e chegar à escola a tempo e horas (3 minutos depois da hora) com um sorriso de dever cumprido.

(Mal saí da escola até me falharam as pernas e mal conseguia respirar, mas não era eu que o ia deixar ficar mal, e a correria serviu para adormecer a miúda).



sexta-feira, 22 de setembro de 2017

De coração cheio

Sempre quis ter filhos, mais do que um. Nunca pensei muito no assunto do ponto de vista dos pais, penso que sempre me motivou a amizade e companheirismo que só se tem com um irmão.
Mas depois de ser mãe, percebi o papel importante que temos como pais na boa relação que terão os filhos como irmãos.
E depois da Oriana nascer, tenho feito um grande esforço porque o Gabriel se sinta incluído, e tão amado e importante como a irmã.
Nos últimos tempos tenho tentado fazer entender o Gabriel que a irmã não é uma boneca e que não pode ser tão bruto, sempre com o receio que não goste dela ou que sinta ciúmes.
Mas esta semana , depois de uma curta conversa com a nova educadora, fiquei com o coração tão cheio que quase não me cabia no peito.
Um dos exercícios que a educadora pediu aos miúdos da sala foi fazerem um desenho da pessoa preferida e a do Gabriel foi a irmã! Mas a melhor parte foi as conversas que ela vai apanhando entre as crianças e o Gabriel fala muito da irmã. Duma dessas conversas na qual falavam de irmãos (não sei exactamente o contexto) o que ele disse foi que os pais gostam da irmã bebé, mas que continuam a gostar muito dele. Até fiquei de lágrimas nos olhos quando a educadora me contou. É passar meses a esforçar-nos por fazer as coisas bem, mas sem ter a certeza de que realmente se está a fazer bem, para de repente, vindo do nada (numa altura que andamos cansados e sem paciência) ter a confirmação de que vamos no caminho certo.

domingo, 10 de setembro de 2017

Vamos lá ver se nos entendemos!

O nome é O-r-i-a-n-a, não o inventei, e não é um nome do meu país de origem!
Não é Ariana nem Mariana (nada contra), e sim, é permitido em Portugal.

Caso estejam interessados em saber é o nome da protagonista de um livro, cujo titulo também incluí dito nome, de uma conhecida escritora portuguesa: Sofia de Mello Breyner Andresen (e se não me engano esteve ou está incluído na lista de livros a ler na primária).

Por isso deixem de ser tão "close minded" e tirem a expressão de confusão da cara quando digo o nome da minha filha, já sei que estavam à espera de Leonor, Matilde ou algo assim, mas não é. Não preciso que gostem ou que digam "Que bonito!" com uma clara expressão de "nunca poria esse nome a uma filha minha!", o único que peço é que aceitem um bocadinho a diversidade, porque o que leva as crianças a gozar umas com as outras (pelo motivo que seja) é o exemplo que recebem em casa!





quarta-feira, 30 de agosto de 2017

O parto da Oriana (parte I)

Saber o que se quer para um parto, não é de maneira nenhuma indicativo de como vai correr o parto, em grande parte porque é realmente algo imprevisível mas uma pequena parte porque ao ter um filho num hospital/maternidade a esmagadora maioria das vezes não somos nós que tomamos as decisões.
Por isso desta vez, queria pelo menos ter "voto na matéria" e fiz um plano de parto, procurei online e especifiquei as minhas preferências, tendo sempre muito presente que é um indicativo das nossas preferências (minhas e do pai) e não um plano exacto do que irá acontecer, mas logo de início as coisas começaram mal e no dia anterior a fazer as 38 semanas comecei com contracções muito irregulares mas muito dolorosas, só ahí já não batia certo com o que tinha ouvido, que as primeiras contracções espontâneas são espaçadas e não dolorosas (o primeiro parto foi induzido, as contracções são logo dolorosas).
Fui à maternidade nessa noite mas prontamente mandada para casa por alguém que faltou às aulas de "amabilidade para atender grávidas com dores", o meu marido saiu na manhã seguinte para ir trabalhar, mas as minhas dores estavam insuportáveis e liguei à Saúde 24, expliquei que estava sozinha (o Gabriel tinha ficado com os avós por ser sábado) e quem me atendeu para não correr riscos, tendo em conta as dores, o facto de estar sozinha e o tempo de gravidez decidiu mandar uma ambulância, e lá fui eu para a maternidade outra vez, desta vez, com um atendimento mais apropriado, fui informada que as dores eram por uma cólica renal e uma pielonefrite (infecção urinária que já chegou aos rins) que estavam a provocar contracções irregulares mas sem trabalho de parto e que teria que ficar internada, e como não havia camas no internamento ia ficar no SO. Estando sozinha tive que entregar tudo o que tinha (telemóvel incluído) e não podia ter visitas, apenas um acompanhante que tinha que ser o mesmo o tempo todo que estivesse no SO, com o marido a trabalhar até às 19h e sem saber quanto tempo estaria no SO, passei o dia sozinha, sem poder falar com ninguém, porque não me podiam visitar. Essa mesma noite passei para o internamento.
Na noite anterior a ter alta, comecei a ficar com comichão na planta dos pés e das mãos, mas como tenho pele atópica e andava também muito inchada, e a comichão para mim não é novidade, não disse nada. Uma colega de quarto, viu-me aflita com a comichão e perguntou, e disse que ela estava internada por algo chamado colestase gravítica, que em casos extremos pode ser fatal para o feto e o primeiro sintoma é comichão nas plantas dos pés e mãos, o que me fez falar logo com as enfermeiras que pediram exames de sangue para verificar a função hepática, na noite seguinte veio uma médica fora do horário normal das visitas dos médicos informar que os resultados mostravam alterações ao nível do fígado, não eram conclusivos em relação à colestase, mas dado o meu tempo de gravidez (quase 39 semanas, depois de uma semana internada) não iriam confirmar pois era preferível induzir o trabalho de parto (devo dizer que já tinha contracções irregulares, muito espaçadas e não dolorosas). Teria preferido esperar, mas não querendo pôr a minha bebé em perigo, aceitei. Deixaram-me descansar essa noite.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Semana Mundial do Aleitamento Materno

Está a decorrer a Semana Mundial do Aleitamento Materno, e como já falei antes (neste post), ao igual que o parto, a amamentação é algo muito importante para mim.
Do meu ponto de vista, se o nosso corpo produz o alimento que os nossos bebés precisam, é porque não há nada melhor para eles (bebés), já seja em exclusivo durante os primeiros 6 meses, ou juntamente com a nossa alimentação até aos dois anos. O grande problema é que nos últimos anos, talvez os últimos 40, a indústria dos leites de substituição está em guerra contra o leite materno através da desinformação, e nas zonas rurais (ou pessoas com menos estudos nas cidades) é abismal a quantidade de mães que acredita que não têm/tiveram leite ou que este é/era fraco. Principalmente porque não têm a informação necessária para escolher o que realmente querem. E quem me venha dizer que não é culpa da indústria dos leites é realmente muito ingénuo, pois porque outro motivo tantos médico "receitam" leites em pó em vez de sugerir uma consulta com uma CAM (Conselheira em Aleitamento Materno), havendo tantos estudos sobre os óbvios benefícios do leite materno e sendo este recomendado tanto pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Algo que a maioria das mulheres não sabe antes de ser mães (estou eu incluída) é que no início a amamentação não é fácil (para não dizer que é difícil), dói, muitas vezes os bebés não sabem mamar correctamente levando as mães a acreditarem em mitos como "pouco leite" ou "leite fraco" ou "bebé que mama muitas vezes é porque o leite não o alimenta". Se realmente houvesse uma campanha/educação pró-amamentação e as grávidas recebessem toda a informação, e estivessem conscientes das dificuldades, mas também soubessem que o corpo sabe o que faz e é preciso confiar e que a mama não dá apenas alimento, dá conforto e segurança e carinho, tenho a certeza que muitos mais bebés seriam amamentados.
Se toda este informação estivesse realmente amplamente difundida e os leites de substituição fossem apenas sugeridos como última opção ou por escolha da mãe que decide o que é melhor para ela e para o seu bebé sabendo todos os prós e contras dos leites em pó, a indústria do leite em pó perderia de tal maneira que muitas empresas iriam à falência.
E infelizmente, a falência de certas empresas é mais preocupante que a boa alimentação dos bebés!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Eu e a minha burrice emocional!

O meu filho chora praticamente todos os dias, pelos mais variados motivos como uma criança normal de 5 anos, regra geral tento acalmar o motivo que o faz chorar, já seja um beijinho no dói-dói, tentar arranjar o brinquedo estragado, tentar convencê-lo que qualquer que seja o motivo, não é para chorar. Mas de vez em quando aparecem aqueles choros que partem o meu coração de mãe, como quando ele chorava por não querer ficar na creche, que invariavelmente, mesmo sabendo que não tinha outra opção, me deixava de lágrimas nos olhos. Na sexta-feira passada o motivo do choro deixou-me à beira das lágrimas com um nó na garganta e a fazer um esforço enorme para ele não notar.
Veio um amigo do Gabriel dormir cá a casa, depois de jantar, tomar banho, brincar e já depois de deitados, começou a dizer que queria a mãe e queria ir para casa, entre choro, birra e uma chamada à mãe, o meu marido levou-o a casa, isto tudo enquanto o Gabriel chorava desconsolado porque queria a todo o custo que o amigo cá dormisse e porque já vinha à uns dias a falar disso (foi a primeira vez que um amigo cá veio).
Obviamente que não é o choro em si que me afecta, mas o motivo, a tristeza e a decepção. Como pessoa racional entendo perfeitamente que não é possível evitar situações destas e que o meu trabalho de mãe é ensiná-lo a lidar com elas da melhor forma e para isso estou aqui, mas não me peçam para ter a "inteligência" para entender que como a decepção faz parte da vida, a tristeza que ele sente não me deve afectar. Como já disse antes, o dia que o meu coração de mãe já não lhe afectem as tristeza e decepções do(s) meu(s) filho(s), quer dizer que perdi a minha humanidade.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

O parto

Este é e sempre foi um tema de extrema importância para mim.
Sempre quis um parto o mais natural possível, mas na minha inocência, antes do parto do meu anjinho, isso resumia-se a escolher entre parto vaginal ou cesariana (quando é possível escolher) e a levar ou não epidural. Como estava decidida sobre as minhas escolhas, durante a gravidez do meu filho nunca me preocupei, nem sequer me dei ao trabalho de tentar saber alguma coisa. Segundo eu, já sabia tudo o que tinha que saber.
Mesmo depois de ter tido o anjinho, durante muito tempo estive muito satisfeita com o parto, pois dentro do que eu queria (vaginal e sem epidural), tinha conseguido.
Uns dois anos depois, comecei a querer comparar o meu parto com os de outras mulheres, nem sei bem porquê. E descobri que o meu estava bem longe de ter sido natural, pois as intervenções vão muito mais além do que eu supunha.
Apenas como indicativo, o meu primeiro parto foi provocado por rotura de bolsa sem contracções, apenas duas horas depois da rotura, é possível esperar pelo menos até 12 horas se a rotura for alta (quer dizer que a perda de líquido é mínima), supostamente por haver rotura e indução das contracções tive que estar sempre deitada e monitorizada (pedi para usar o duche e a bola de pilates e não me foi permitido), para verificar os batimentos do bebe (dentro do que sei nunca houve motivo para preocupação), no momento da expulsão estava deitada e era a única posição permitida, e como a posição não ajudava, tive que ser "ajudada" pela ventosa e a Manobra de Kristeller (ver aqui), e foi feita uma episiotomia sem o meu consentimento (não faço ideia se necessária ou não), para não falar da "multidão" que assistiu ao parto, entre médicos, enfermeiros e estagiários e da forma pouco ou nada amável em que fui informada que não estava a fazer força como deve ser. Tudo isto foram intervenções, que vão contra o natural, muitas vezes desnecessárias e não informadas, e na cabeça dos profissionais de saúde, é assim e não há discussão. Se quer, quer. Não quer, faz na mesma.

Depois de ler muito e aprender tudo o que pude, não deixei de estar satisfeita com o meu parto, apenas entendi que tinha sido ingénua e despreocupada e fiz tudo para estar preparada para o próximo (sempre soube que haveria outro).

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Até me ferve o sangue!!

Como já disse várias vezes, reclamo de tudo e perco a paciência e o bom humor com muita facilidade, mas ontem tive motivos válidos!

Primeiro que tudo, por fim arranjámos casa e fizemos a mudança o passado fim de semana (num outro post falo na epopeia que foi/ainda é).

Quando fomos para a casa que deixámos, não havia nenhum serviço (água, gás, luz), e como é óbvio, agora que saímos, desligamos tudo, mas como em qualquer serviço, as facilidades para activar, são as dificuldades para desactivar. Na sexta passada fomos fazer o pedido para desactivação da electricidade à EDP, tudo muito bem, até que dizem que tem que estar lá gente em casa e marcam um dia: ontem (28/06) e um período: entre as 10h30 e as 13h. Como o homem da casa está a trabalhar, tenho que ir para lá eu, atravessar a cidade de Lisboa em metro com a piolha pendurada, e esperar que o Sr. se digne a aparecer.
Cheguei pouco antes da hora, a uma casa completamente vazia, sem nada onde me sentar ou trocar a fralda à miúda mais que o chão, esperei e esperei, até que pouco antes das 13h (já a deitar fumo pelas orelhas) peço ao homem da casa que ligue (o contrato está a nome dele) para perceber se ainda demora muito. E qual não é a minha indignação quando ele me liga de volta a dizer que me posso ir embora porque não vai lá ninguém!!!!!!
Segundo a assistente que o atendeu ao telefone, o que fizeram quando fomos à loja foi um pré-agendamento que nunca foi confirmado, que agora era necessário fazer um agendamento sempre por períodos de 2 horas e meia (sem hora certa marcada) e que se não estiver ninguém será cobrada uma multa de 20€!!!!!
Ainda bem que não fui eu a falar ao telefone!
Então voltei a pendurar a miúda, voltei para o metro e fui directa à loja (quando lá cheguei eram quase 15h, com um pit-stop para amamentar a miúda, que não comeu a sopa do almoço), sem almoçar e com a reclamação a remoer.
Tiro a minha senha e sou logo chamada.
Diz a rapariga com um sorriso:
- Em que posso ajudar?
- Venho fazer uma reclamação!

Como tinha a miúda pendurada, sugeriu para ser atendida numa mesa em vez do balcão (desconfío que não queria atender uma reclamação) e aceitei.
Resultado, não me deixaram fazer a reclamação porque não sou a titular do contrato, re-agendaram novamente para um período (sem hora marcada) e voltaram a dizer que se não houver ninguém em casa será cobrada uma multa.
A minha resposta:
- Vão buscar o valor da multa à compensação que me têm que dar por ter estado 2h30 à espera numa casa vazia com uma bebé ao colo!!

domingo, 18 de junho de 2017

"Chama-lhe parvo!!"

Pode ter ainda 4 anos (quase 5) mas não se deixa enganar. Gostava de saber quem lançou o mito de que as crianças não percebem as coisas.

Ultimamente só quer brincar com umas cartas dos animais dadas num supermercado quando fazemos compras (não sei se ainda estão a dar), o jogo é distribuir as cartas entre ele e eu e depois em modo batalha ir vendo que animal ganha nas cartas lançadas por cada um.
Ontem de manhã estava a distribuir as cartas e ia-me perguntando se queria aquela com cada uma delas (como não costuma perguntar, e distribuí as melhores para ele), aproveitei a situação e ia escolhendo os animais mais fortes, mas como são muitas cartas fui tomar banho enquanto ele continuava a distribuir.
De repente aparece na casa de banho e pergunta:
G. - Mãe, queres o coelhinho fofinho?
(Com tal carinho que parecia que me estava a oferecer a melhor carta)
Eu - Está bem. (Mais para lhe fazer a vontade)
G. - Mas se ficas com o "coelhinho fofinho", eu fico com a chita! (que eu já tinha escolhido antes)
Eu - Então não quero.
G. - Mas é o "coelhinho fofinho"!

Acabei por aceitar, pensando para mim, que a fofura do coelhinho não tem qualquer hipótese contra as garras, os dentes e a velocidade da chita. Mas isso já ele sabe. Chama-lhe parvo!

sábado, 3 de junho de 2017

Os problemas do metro

Tem se falado muito ultimamente que o metro de Lisboa tem muitos problemas, mas hoje (para variar) vou falar dos problemas cuja solução não depende directamente de quem gere o metro.
Como sabem ando de metro regularmente (quase todos os dias vá), regra geral faço-o com duas crianças pequenas, e deparo-me constantemente com 3 problemas em específico.
O primeiro é o óbvio: os lugares prioritários, os quais nunca peço (prefiro ir em pé do que ir a viagem toda com olhares mal-encarados), quando estava grávida a desculpa era que não tinham a certeza ou que de certos ângulos não se percebia a barriga, e agora que ando literalmente com a criança pendurada no meu peito, qual é a desculpa?
Já me aconteceu notar as pessoas sentadas a verem-me quando estou da parte de fora à espera para entrar, mas quando entro está tudo ao telemóvel, a ler ou a "dormir" e " ah peço desculpa mas não a vi" quando uma outra pessoa que está em pé pede se alguém me pode ceder o lugar. Continuo a pensar que isto de exigirmos certas melhorias deve começar connosco e já tive que me levantar para dar lugar a gravidas ou pessoas idosas.

O segundo, não tão óbvio: a questão dos elevadores (que também se aplica a centros comerciais). Então, para quem não sabe (que aparentemente é quase toda a gente) ao lado do símbolo que mostra a existência de um elevador existe um outro símbolo muito parecido ao dos lugares prioritários, que indica que o elevador é para ser utilizado por pessoas com prioridade, só depois de entrarem estas pessoas (ou não havendo nenhuma) é que podem entrar as outras, mas a maioria das pessoas é terrivelmente ignorante ou simplesmente não querem saber, e agem como se fosse por ordem de chegada e até olham de lado para as grávidas ou pessoas com carrinho de bebé e chegam-se um bocadinho mais perto da porta para não lhes "roubarem o lugar". No meu caso actual, já desisti de utilizar o elevador, porque não utilizo carrinho. No fim da gravidez, quando saia do metro, ainda no cais, e para evitar ficar em pé do lado de fora do elevador à espera que voltasse, sentava-me à espera que entrassem todas as pessoas com óbvios sinais de "incapacidade mental" (sem querer ofender quem realmente tem alguma incapacidade mental), e utilizava o elevador sem me chatear.

Por último, mas não menos importante: penso que esta situação é menos grave que as outras, mas que continua a mostrar uma grande ignorância e desrespeito pelos outros. Havendo também um símbolo que indica junto às escadas rolantes que o lado direito serve para quem quer ficar parado, e o lado esquerdo para quem quer andar, ora isto nem é muito difícil de perceber quando as utilizamos, mas há quem simplesmente não lhe interessa e pára onde é para andar, muitas vezes em horas de grande afluência, impedindo a rápida circulação de quem tem pressa ou simplesmente não quer ficar parado. Não falo obviamente de pessoas com grandes malas ou coisas volumosas ou que por qualquer outro motivo válido precisa de utilizar os dois lados. Mas se o meu filho que tem 4  anos, sabe que o lado esquerdo é para andar, não deve ser algo muito difícil de perceber e aprender, até porque na condução funciona de forma parecida.

A meu ver, fazer exigências de melhorias nisto ou aquilo, talvez fosse mais válido se nestas pequenas coisas soubéssemos fazer o correcto. Há quem diga que as melhorias que queremos ver no "mundo" devem começar connosco.

sábado, 27 de maio de 2017

Serei só eu?

Leio vários blogs (além do meu ;-) ), e muitas vezes leio também os comentários.
E se há coisa que não percebo são os "haters", é que me faz mesmo comichão.

Normalmente, quando leio um post, ou mesmo um artigo de opinião ou notícia num jornal online e não concordo com o que foi dito ou não gosto da opinião/notícia ou até de algum comentário de outra pessoa, não comento. Primeiro e principal porque não gosto de confrontos e discussões e segundo porque não leva a lado nenhum.
Uma das bases da psicologia na Grécia antiga é o "Nosce te ipsum" (Conhece-te a ti mesmo), ou seja para poderes entender os outros tens primeiro que te entender a ti, e apesar de parecer bastante simples, não é. Não querendo dizer que sou melhor que os outros, mas tendo em conta esta base da psicologia, conheço-me o suficiente como para saber que em relação a certos temas, não importa o que os outros me digam, a minha opinião não vai mudar, então se eu sou assim, porque é que os outros haveriam de ser diferentes?

Apenas comento quando estou de acordo, para mostrar o meu apoio e poder conversar com alguém que partilha a mesma opinião que eu, e como é óbvio é algo de que gosto, conversar (mesmo virtualmente) sobre alguma opinião que partilho com outra pessoa (mesmo que desconhecida). E se há algo que não entendo mesmo é a necessidade de comentar online quando não se partilha a opinião no intuito de insultar e/ou confrontar, mesmo que a opinião/post do outro seja ridícula ou mesmo de insulto à opinião contraria.
Mas o que se vê cada vez mais, é discussões, que não levam a absolutamente lado nenhum, que criam mal estar e stress muitas vezes apenas porque nos achamos no direito de criticar/insultar os outros por coisas tontas e sem importância, e mesmo por coisas transcendentes como a discriminação, a misoginia ou o racismo. Entrar em grandes discussões na maioria das vezes carregadas de insultos com alguém que não tem vergonha de mostrar as suas verdadeiras "cores" num post ou artigo de opinião vai servir de alguma coisa, essa pessoa vai mudar?
Como é óbvio não falo de discussões saudáveis, nas quais os intervenientes apesar de mostrar opiniões diferentes conseguem ser educados e respeitar a maneira de pensar dos outro.

sábado, 20 de maio de 2017

Há quem lhe chame azar, eu chamo-lhe sorte!

Pela segunda vez na minha vida fui despedida.
Porquê?
Porque tive o descaramento de engravidar, das duas vezes, e nesta segunda ainda fui mais longe e não só estive com baixa de gravidez de risco quase metade da gravidez, como ainda tinha intenção de pedir os 3 meses extra para o alargamento da licença (que se revelou desnecessário devido à minha nova condição de desempregada, senão iria receber a maravilhosa quantia de 25% do meu ordenado, o que daria um valor aproximado aos 200€ por mês), vejam lá o meu atrevimento e falta de respeito pelos meus empregadores.

Ah mas e então não há leis que protegem as grávidas e mães recentes?
Claro que há, para aquela pequena percentagem que tem contratos de efectividade. Mas como vivemos no país dos recibos verdes e contratos de trabalho temporário (para trabalhos não temporários) nada impede de sermos legalmente mandados para a rua. Depois ficamos todos muito admirados quando vemos que o nosso querido Portugal tem a mais baixa taxa de natalidade da Europa, quem diria?

E a melhor parte disto tudo é quando me dirijo às entidades competentes (ACT e CITE) não só não dão respostas claras sobre a cessação de um contrato a termo incerto porque atingiu a " duração legal de 1 ano" (?), como amavelmente nos encaminham de uma entidade para a outra.

Pelo outro lado após uma "muito extensa" licença de 5 meses a receber 80% do ordenado (que já de por si não é grande coisa) tinha duas opções: deixá-la numa creche (coisa que só faria no caso de muito extrema necessidade) a pagar quase metade do já curto ordenado, ou pedir o alargamento da licença por mais 3 meses (que era a minha intenção como já tinha mencionado). Para piorar as coisas o alargamento iria terminar no fim de Julho e a escola do Gabriel fecha durante o mês de Agosto, e não tendo a possibilidade de tirar o mês de Agosto de férias não teria onde deixar o miúdo, o que me andava a stressar.

É preocupante ficar sem trabalho tendo dois filhos e uma casa para manter? Claro que é.
Fico triste por poder passar mais tempo com os meus filhos?
Claro que não.
Devia ter mostrado mais "profissionalismo" e "responsabilidade" para com o meu trabalho e desistido dos meus direitos para mostrar que sou uma trabalhadora de valor? Há custa do meu bem estar e o da minha filha?
Nem pensar, quem despede alguém por fazer valer os direitos de mãe não merece uma trabalhadora de valor!
A minha fidelidade é para com os meus filhos!

Tenho direito ao fundo de desemprego e vou fazer uso dele, tenho que procurar trabalho e é o que vou fazer, mas nos meus termos (não vou aceitar qualquer trabalho da treta) e de acordo às minhas capacidades. Se é legal despedirem-me, também é eu só aceitar o melhor trabalho para mim, mesmo que demore algum tempo, de preferência depois de Agosto quando a escola já abriu e já tenho vaga numa IPSS para a princesa ;-) !

sábado, 6 de maio de 2017

Babywearing na European Babywearing Week 2017

Já falei antes que costumo levar a minha bebé num pano junto a mim, e não só é extremamente prático como ergonómico.
Sou nova nisto de carregar bebés (babywearing) e não estou nem perto de ser uma grande entendida no assunto, mas durante a segunda gravidez e até depois da princesa nascer, tenho lido muito e tentado aprender tudo o que posso.
Vejo uma grande falta de conhecimento acerca deste tema (não por falta de informação disponibilizada online), vou tentar explicar o melhor que posso.
Existem várias formas de carregar os bebés, algumas ergonómicas, outras não.

Não ergonómico: Marsupios
 Pouch Sling em recém nascidos.
Sendo esta opção completamente desaconselhada pois pode levar à morte do bebe por asfixia.

Ergonómicos: panos (elásticos, semi-elásticos, não-elásticos), sling de argolas, mei-tais, mochilas ergonómicas.

Segundo o que aprendi, para serem ergonómicos devem seguir 3 directrizes: suportar o bebe pelo rabinho (não pelos genitais) numa posição de sapinho, ou seja ir de joelho a joelho, mantendo estes acima do nível do rabinho, como um M. Não devem ter um painel rígido, que force a coluna do bebe a ficar direita, os músculos ainda não têm força suficiente que lhe permita esta posição em segurança, o painel deve acompanhar a curvatura natural do bebe. E a comodidade do carregador também é importante, mantendo o bebe à distancia de um beijinho o esforço é menor .


Nada é só preto e branco, e isto é apenas o que eu sei, não faz de mim uma expert nem apta para dizer a determinada pessoa o que é melhor para ela. Apenas pretendo partilhar algo que aprendi e que pode ser útil para alguém interessado. Existem no entanto conselheiras em babywearing, assim como lojas com as diversas opções ergonómicas. O meu pano por exemplo foi comprado numa loja em Oeiras: Leva-me contigo e na qual me foi dada uma mini aula de como utilizar o pano, por alguém não só profissional mas de uma simpatia extrema.

Infelizmente com o meu anjinho utilizei um marsupio durante 4 ou 5 meses após o nascimento, nunca me senti cómoda e sempre por curtos períodos.
Na altura falaram me dos panos, mas não prestei a devida atenção e achei complicado.
O marsupio é infelizmente o meio de carregar bebés mais utilizado e o único que se encontra nas lojas de puericultura, por falta de conhecimento e informação enganosa de certas marcas, as quais muitas vezes indicam serem ergonómicas, o qual nem sempre corresponde à realidade, mas não existindo nenhum regulamento, fazem o que querem.

Espero com este post ajudar alguém ou pelo menos dar tudo o necessário para fazerem uma escolha informada, pois sendo eu alguém que não gosta de ser abordada na rua por estranhos que me digam o que fazer, nunca o faria eu aos outros, mesmo que não seja a melhor opção.


domingo, 30 de abril de 2017

Controvérsias

Já ando pelos cabelos com a questão da vacinação e da não-vacinação ultimamente, não estou aqui para dar a minha opinião porque realmente não tenho nada novo a dizer, já tudo foi dito e o que não foi, não vai mudar atitudes.
O meu problema é ver tanta gente preocupada e tantas opiniões com respeito a este tema sobre um "grande surto" e a infeliz morte de uma adolescente, sobre o qual já li tanta informação diferente que prefiro não comentar, apenas lamentar.
Mas esta história da "baleia azul" deixa-me para lá de surpreendida, especialmente porque (e não estou aqui para falar bem ou mal) ninguém vê o mesmo nível de "irresponsabilidade" num pai que dá acesso irrestrito e sem supervisão a um telemóvel, tablet ou PC com Internet e redes sociais a um adolescente, e o que decide não dar uma vacina!
" Ah porque a não vacinação pode afectar o resto da população e o outro apenas afecta o próprio filho!"
Então isto é uma questão de se eu e os meus estamos bem, mas se um adolescente morre porque tem acceso ilimitado a redes sociais não há irresponsabilidade de parte dos pais ( e não só da mãe), então não há problema?
Pois, mas aí é que transparece a ignorância, e o muito que somos todos "papagaios" dos meios de comunicação e de tudo o que nos permita não pensar por nós mesmos.
Psicologicamente, dentro de uma sociedade, o adolescente é o "elo mais fraco", mais que uma criança pequena, o adolescente está mais desprotegido, tenta provar-se ao mundo e é muito propenso à opinião dos outros. Um adolescente que não tenha acesso a certas coisas, vamos pôr o exemplo das drogas ou do álcool, mas os amigos têm, vai estar tão vulnerável como os que têm acesso irrestrito. A liberdade que é dada aos adolescentes no acesso a aparelhos electrónicos vai afectar os que não têm, já seja porque os que não têm vão ser postos de lado (o que vai afectar a auto-estima de alguém que quer fazer parte de um grupo) ou porque os que não têm vão fazer os que os outros fazem.
Como a minha mãe sempre disse: "Se os teus amigos saltarem de uma ponte, tu também vais saltar?"
Por isto, sim, a irresponsabilidade de um pai afecta não só o próprio filho, como os filhos dos outros. A questão é, porque é que não vejo tantas virgens ofendidas?

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Educação

Este domingo que passou, fomos à festa de aniversário de um colega de escola do anjinho, num local com várias salas e varias festas em simultâneo.
É um lugar grande e com muitas coisas para as crianças brincarem, mas mesmo assim, em dada altura fomos buscar uma bola que anda sempre no carro para jogarem com ela.
Tivemos que castigar e ter uma conversa com ele devido a uma atitude menos boa, mas lá se resolveu depois de um pedido de desculpas. Não aceito certas atitudes, mas tento sempre trata-las com base no diálogo.
Na hora de cantar os parabéns, ficámos à porta da sala e deixámos a nossa bola no corredor, mesmo atrás de nós, a um metro de distância, mas por onde passavam pessoas das outras festas, e num momento quando olhámos, a bola tinha desaparecido.
Fiquei triste e zangada, não pelo valor da bola, nem monetário nem sentimental, mas porque tento ensinar o meu filho a ser correcto e educado, e é difícil explicar-lhe que ele deve ser correcto mesmo quando os outros não o são e que apesar de não ser correcto levar o que é dos outros, às vezes os outros vão levar o que é dele.
No entanto penso que no final do dia, me chateou mais a mim termos ficado sem a bola do que a ele. Já saberei da próxima vez que quiser brincar com ela.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Já? Só!?

Princesa de 4 meses:
Faz hoje 1 ano que, sem te procurar, te encontrei, cedinho no dia e no teu tempo de vida.
Fazias parte dos planos, mas não os imediatos, e o primeiro sentimento foi medo.
Não sei se é sorte e os meus bebés são lindos, ou se são os meus olhos de mãe!
Mas desde o primeiro dia que não consigo tirar os olhos de ti.
Sei que não devia, mas na minha cabeça não consigo deixar de te comparar com o mano, são tão parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes.
És tão fácil de perceber, ou então sou eu que já percebo melhor, só choras com motivo e ris com todos.
Comes como se não houvesse amanhã e de noite dormes como uma menina grande.
Não gostas de andar de carro e adoras tomar banho.
Faz hoje um ano de ti nas nossas vidas (já tinhas 4 semanas, mas não sabiamos), mas parece que sempre aqui estiveste.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Conversa de bebé.

Dicionário de alguns termos mais utilizados pela minha filha de quase 4 meses.

Adultos, adolescentes ou crianças que já falam: epa estou cheia de fome, ate me dói a barriga.
Bebé: choro. (fome)

Adultos: Preciso de me deitar um bocado, estou cheia de sono.
Bebé: choro. (sono)

Adultos: dói-me a barriga, estou aflita para ir a casa de banho.
Bebé: choro. (fralda suja)

Adultos: tenho uma pestana no olho que me está a chatear.
Bebé: choro.

Adultos: tenho a roupa um bocado molhada, é incómodo.
Bebé: choro.

Adultos: com esta roupa toda estou cheia de calor.
Bebé: choro.

Adultos: não me toques, tens as mãos geladas.
Bebé: choro.

Adultos: não gosto nada de dormir sozinha.
Bebé: choro.

Adultos: o sol está a bater-me na cara.
Bebé: choro.

Estes são os termos mais utilizados, mas tem um vocabulário bastante extenso.

A resposta às perguntas: a bebé porta-se bem? É calminha?
A minha princesa é um espectáculo e graças a deus não tem qualquer problema neurológico que não a permita de reagir a estímulos externos no seu idioma: o choro.
Espero que assim se mantenha, mas obrigada pela preocupação.

sábado, 18 de março de 2017

Tu e eu

Faz amanhã às 11 da manhã, 6 anos que me sentei a uma secretária bonita com o meu namorado e uma senhora muito simpática. Só os 3, numa sala vazia, numa Conservatória a um sábado, e depois de uma conversa muito honesta e descontraída, saí da sala com o meu marido.
A meia hora que passei nessa sala, foi tudo o que realmente quis e sonhei, selar o meu amor e compromisso com a única pessoa que importava lá estar, e que tudo o que foi dito esse dia se mantém inalterado.
Não me arrependo de nada, e voltava a fazer tudo igual, no que a essa meia hora diz respeito, porque não fiz o que é tradição ou o que se deve fazer, fiz apenas o que eu queria e me fazia feliz!
Obrigada meu amor, por essa meia hora como eu queria, e pelos 6 anos que vieram a seguir.

terça-feira, 14 de março de 2017

Os "15 minutos de fama" já não são o que eram!

Algo que devia ter sido apenas uma situação caricata num momento bastante inoportuno, falo do pai (Prof. Robert Kelly) a dar a entrevista para a BBC, transformou-se num palco de vergonha, não para o pai, mas para todos os "perfeitos"  mães e pais pelo mundo fora, que mostram não saber realmente o que é ser pai.

Longe eu de me considerar uma mãe perfeita, mas faço o meu melhor, e o mais importante é reconhecer os erros e tentar melhorar, assim como pedir desculpa.

Há uns dias não tive o azar de ser filmada e andar a correr a internet como a pior mãe que o mundo já viu, mas eu conto.

A voltar para casa de metro, com os dois miúdos, num metro tipo "sardinhas em lata", tive a sorte de me darem dois lugares, mas o Gabriel decidiu que não se queria sentar, queria ir meio agachado no meio do corredor (cheio de gente) a brincar com um carro na cadeira vazia.
Tentei calmamente que se sentasse, ou lhe tiraria o carro, duas ou três vezes, sem êxito, então tirei-lhe o carro. Mas sem querer, ao puxar, bati-lhe com o carro na cara. Foi o inferno na terra, começou a chorar sem respirar, até ficar roxo, e depois continuou numa gritaria (com baba, ranho e lágrimas à mistura) como se lhe tivesse arrancado um braço. Já o conheço, e tentar falar com ele não serve absolutamente de nada, não dava para abraça-lo pois tinha a miúda no pano a dormir, e com a gritaria que ele estava a fazer, se o aproximava muito ela acordava e eram dois a gritar, isto durante duas paragens que pareceram dez, com os olhares de toda a gente que uns minutos atrás "diziam" que eu era má mãe porque não conseguia controlar o meu filho, e agora eram piores ainda porque tinha maltratado o meu filho.

Quando saímos, sentei-me com ele para ver se o conseguia acalmar, mas nada, não parava de chorar nem me ouvia. Isto na estação da Alameda, e ainda tinha que apanhar o outro metro. Fui de uma linha para a outra a puxa-lo (porque não queria andar) com ele aos gritos, a chorar (literalmente) baba e ranho.
Quando chegámos à outra linha, por fim parou, consegui pedir desculpa por o ter magoado e explicar que não foi de propósito, mas que não pode agir assim, ele pediu desculpa, e fomos no outro metro calmamente sentados a conversar, como a família perfeita que não somos!


domingo, 5 de março de 2017

Só se estraga uma casa.

Não gosto de football (o profesional especialmente), e toda a gente sabe que não apoio clubes, por isso a minha opinião sobre certas pessoas associadas a certos clubes é um pouco mais objetiva, focando-se na própria pessoa mais que no clube que representa.

A pessoa à qual me refiro neste caso em concreto, e lamento a honestidade, mas é das pessoas mais estúpidas, egocêntricas e no geral grotesca que já tive o desprazer de ver no mundo do desporto português apenas igualada pelo treinador do clube que lidera, neste sentido, não tenho absolutamente nada contra o dito clube (até porque era o clube do coração do meu avô) mas se é para haver um clube que me carrega nas teclas do insuportável é o dito, que tenho a certeza não preciso dizer o nome.
E que me desculpem os fãs do dito, "but I had to take out of my chest"!

quinta-feira, 2 de março de 2017

"Quero portar-me bem."

Não estando propriamente nos "terrible two" - obviamente porque já tem 4, quase 5 - mas também porque as birras não são iguais.
Não são melhores ou piores, apenas diferentes, mas é (do meu ponto de vista) um pouco mais fácil lidar com elas na base do diálogo, pois já entende melhor as coisas.
Eu é que às vezes não o entendo a ele.
Mas recentemente descobri uma forma de conseguir chegar a ele no meio das birras.
Já por várias vezes sugeri termos uma conversa, só os dois, para nos entendermos e ate agora tem surtido efeito.
Basicamente quando ralhamos com ele e/ou gritamos, fica envergonhado e não responde nem faz o que lhe pedimos, é irritante, não reaje.
Quando sugiro a conversa, consigo que responda e que pare com a birra.
A primeira pergunta que faço, principalmente para tentar perceber o lado dele, é: Porque é que te estás a portar mal?
E a resposta é sempre a mesma, quase num susurro:
Eu quero portar-me bem!

Fico sem palavras e a vontade de ralhar desaparece, e entendo que certas reações são automáticas de alguém que ainda não sabe gerir as emoções e as frustrações.

Conforme vamos conversando vai respondendo às perguntas e regra geral consigo que se porte melhor, e mesmo que não faça tudo bem, sei que o quer fazer, apenas tenho que me lembrar que conversar funciona melhor.

Só que depois há as noites (altura mais propicia para birras) em que até se portou bem, mas depois de deitado me chama porque quer conversar!


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Feliz dia do amor e da amizade.

Decidir jantar em casa, por vários motivos, sendo que um deles é que não vale a pena tentar encontrar um restaurante apropriado para duas crianças e que não esteja apinhado de casais.
Ter um jantar maravilhoso feito e pensado inteiramente pelo homem da casa.
Para a meio do jantar notar que a princesa está c@g@d@ desde o pescoço até às unhas dos pés, ter que ir trocar a roupa toda, dar um "banho"  de toalhetes e comer o maravilhoso jantar frio!
Sugestão de anticonceptivo especial, para o dia dos namorados: jantar com casal amigo com crianças pequenas!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Problemas fisiológicos/estructurais

Então, hoje fui passear com a pequena para o shopping sozinha, como já tinha mencionado ando com ela num pano, as duas embrulhadinhas uma na outra, porque, verdade seja dita, o carrinho não dá jeito nenhum. Para começar, ela vai ali toda torta, depois tenho que andar à procura de elevadores ou carregar com o carro quando não há. No pano não tenho estes problemas e ela dorme que é uma beleza. Até já estou arrependida de ter comprado o carrinho, tinha comprado só uma cadeira para o carro e dava para mais tempo.
Bem, voltando ao meu passeio, antes de sair de casa, dei-lhe mama, levámos o miúdo à escola e fomos para o Colombo, tive o prazer de me cruzar com alguns pais e mães a carregar os seus bebés, uns ergonómicos, outros não. Mas a dada altura tive vontade de ir à casa de banho, e sendo que era inadiável, procurei em vários WC se existiria a opção de deixar a criança em algum mudador, ou algo apropriado, mas, apesar de já existir sinalização para as mães com carrinho utilizarem as casas de banho para deficientes (coisa que eu fazia quando o anjinho nasceu) ainda não existe nada que permita à mãe pousar uma criança que não anda e que é carregada pelo progenitor (mãe ou pai), é que realmente não dá muito jeito sentar numa sanita com alguém "attached". Tenho que perguntar a alguém, que utilize este método de transporte, como faz.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

40 minutos.

Hoje passei 40 minutos parada na estação dos Olivais, na linha vermelha do metro. Mas esta vez sei porquê o metro estava parado, e não deixo de pensar nisso e no porquê deve haver os lugares reservados e porquê devemos dar o lugar a quem precisa.
Depois de levar o meu menino à escola estava a voltar para casa com a minha princesa no pano, bem pegadinha a mim, na estação anterior à dos Olivais entrou uma senhora dos seus 50 anos e se sentou ao meu lado, que por algum motivo se levantou logo a seguir, mas perdeu o equilíbrio e caiu, batendo em cheio com a cara no varão central. Várias pessoas se aproximaram para ajudar, mas dado o estado da senhora acabou por ficar deitada à espera de ajuda (no meio o maquinista foi avisado e o metro esteve parado durante 40 minutos). Não tenho qualquer capacidade para lidar com pessoas muito magoadas e dado que presenciei a cena em primeira fila, tive que me levantar e andar um pouco para não ter uma quebra de tensão, acabei por me sentar noutro lugar onde não conseguia ver a senhora.
Não sei se o que me deixou mal disposta foi o ter assistido tão de perto (o golpe foi com muita força) ou o pensamento de que podia ter sido eu, já fosse eu que me tivesse magoado, estando com a minha bebé de 1 mês ou ela.
Por algum motivo existem lugares reservados nos transportes públicos, é muito fácil perder o equilíbrio. No entanto é raro que alguém dê o seu lugar a quem precisa, tenha ou não direito.
Na curta compreensão de alguns é uma questão de preguiça e de quem está mais cansado, mas não tem nada a ver, pois na realidade é uma questão de equilíbrio e segurança.
É fácil dizer que o serviço não presta, o difícil é perceber que temos o que merecemos com base nas nossas atitudes, talvez se aprendêssemos a olhar em redor e ver as necessidades dos outros, os outros aprendessem a ver as nossas!