sábado, 20 de maio de 2017

Há quem lhe chame azar, eu chamo-lhe sorte!

Pela segunda vez na minha vida fui despedida.
Porquê?
Porque tive o descaramento de engravidar, das duas vezes, e nesta segunda ainda fui mais longe e não só estive com baixa de gravidez de risco quase metade da gravidez, como ainda tinha intenção de pedir os 3 meses extra para o alargamento da licença (que se revelou desnecessário devido à minha nova condição de desempregada, senão iria receber a maravilhosa quantia de 25% do meu ordenado, o que daria um valor aproximado aos 200€ por mês), vejam lá o meu atrevimento e falta de respeito pelos meus empregadores.

Ah mas e então não há leis que protegem as grávidas e mães recentes?
Claro que há, para aquela pequena percentagem que tem contratos de efectividade. Mas como vivemos no país dos recibos verdes e contratos de trabalho temporário (para trabalhos não temporários) nada impede de sermos legalmente mandados para a rua. Depois ficamos todos muito admirados quando vemos que o nosso querido Portugal tem a mais baixa taxa de natalidade da Europa, quem diria?

E a melhor parte disto tudo é quando me dirijo às entidades competentes (ACT e CITE) não só não dão respostas claras sobre a cessação de um contrato a termo incerto porque atingiu a " duração legal de 1 ano" (?), como amavelmente nos encaminham de uma entidade para a outra.

Pelo outro lado após uma "muito extensa" licença de 5 meses a receber 80% do ordenado (que já de por si não é grande coisa) tinha duas opções: deixá-la numa creche (coisa que só faria no caso de muito extrema necessidade) a pagar quase metade do já curto ordenado, ou pedir o alargamento da licença por mais 3 meses (que era a minha intenção como já tinha mencionado). Para piorar as coisas o alargamento iria terminar no fim de Julho e a escola do Gabriel fecha durante o mês de Agosto, e não tendo a possibilidade de tirar o mês de Agosto de férias não teria onde deixar o miúdo, o que me andava a stressar.

É preocupante ficar sem trabalho tendo dois filhos e uma casa para manter? Claro que é.
Fico triste por poder passar mais tempo com os meus filhos?
Claro que não.
Devia ter mostrado mais "profissionalismo" e "responsabilidade" para com o meu trabalho e desistido dos meus direitos para mostrar que sou uma trabalhadora de valor? Há custa do meu bem estar e o da minha filha?
Nem pensar, quem despede alguém por fazer valer os direitos de mãe não merece uma trabalhadora de valor!
A minha fidelidade é para com os meus filhos!

Tenho direito ao fundo de desemprego e vou fazer uso dele, tenho que procurar trabalho e é o que vou fazer, mas nos meus termos (não vou aceitar qualquer trabalho da treta) e de acordo às minhas capacidades. Se é legal despedirem-me, também é eu só aceitar o melhor trabalho para mim, mesmo que demore algum tempo, de preferência depois de Agosto quando a escola já abriu e já tenho vaga numa IPSS para a princesa ;-) !

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