segunda-feira, 29 de junho de 2015

O que foi mãe?

Depois de um susto daqueles que nem quero voltar a pensar,
a chorar em soluços dos que só o tempo consegue parar,
vem o meu marido (que manteve a calma e tratou da situação) com o meu filho ao colo e o meu filho ao ver-me, pergunta na sua inocência:
- O que foi mãe? Foi o pai?
(acho que não tem o pai em grande consideração)
E a fazer festinhas na minha cabeça:
- Já passou.

(Sim, meu amor, já passou. Não, não foi o pai).

sexta-feira, 26 de junho de 2015

IVG


Interrupção voluntária da gravidez . . . . que tema tão controverso!
Como já disse antes, não concordo com a IVG, quero dizer, eu não o faria (tirando problemas de saúde para mim ou o bebé).

Mas outra coisa é achar que deva ser ilegalizado.
Estou totalmente de acordo em que a IVG deve ser legal.
Primeiro e principal, cada mulher sabe de si.
Segundo, legal ou não, é feito de qualquer maneira, por quem quer. O melhor é que seja em segurança.

 
Mas de ser legal a ser sempre grátis sem importar o numero de vezes, vai muita coisa. E se há limites para o tempo de gestação em que é legal fazer a IVG, devia haver limites para o numero de vezes em que é feito, não digo que deva ser ilegal à segunda ou terceira vez que se faz, mas a IVG não é um contraceptivo, é bom que as irresponsabilidades tenham consequências.

 
E como bem ouvi ontem na TV, se qualquer pessoa vai ao Centro de Saúde ou ao Hospital, ou fazer qualquer exame, porque está doente e tem que pagar, porque é que alguém que vai para fazer uma IVG (especialmente se já fôr de repetição) não paga nada?

Uma coisa é haver isenção para quem leva uma gravidez até ao fim, ou em todo caso para uma IMG (interrupção médica da gravidez), outra completamente diferente é quem decide voluntariamente e sem qualquer motivo médico que quer terminar uma gravidez.

É que é muito comum confundir liberdade com irresponsabilidade.

A mulher merece e tem o direito de decidir o que fazer com o seu corpo, e nisso não devia haver discussão, mas também tem o dever de ser responsável.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Nos dias de hoje: 1 é muito, 2 uma multidão, 3 é para loucos!

Estou a falar de filhos, já poucas são as famílias com dois filhos, e rarissimas com 3 ou mais.
Eu tenho um, antes de ter filhos e de casar, quando era adolescente, e pensava em casar e ter filhos, queria 3. Agora que estou casada e tenho um, em certas alturas penso que um é mais que suficiente.
Mas no fundo continuo a achar que 3 é o ideal, 2 é bom e 1 é um pouco solitário, especialmente se não houver primos.
Para mim ter crescido com um irmão foi ter um amigo a morar comigo, e tirar isso ao meu filho é algo que me faz sentir muito egoista. Obviamente que muita gente cresceu sem irmãos, e não foram infelizes por isso, mas é uma experiencia que eu tive, e que quero que ele tenha (especialmente porque não vejo primos no futuro proximo).
Acho que ter irmãos é maravilhoso, e não entendo aquelas famílias em que os irmão não se entendem nem gostam uns dos outros e não se falam. Claro que ter irmãos e não haver discusões é totalmente irreal, mas faz parte, e é um amigo para a vida (tirando os imprevistos), para os bons e maus momentos.
Se depender de mim, quero e vou dar pelo menos um irmão/ã ao meu menino, e já seja rapaz ou rapariga será muito bem vindo, tanto por nós pais, como pelo Gabe.
Não sei quando será, e há sempre aquela duvida: quando será a melhor altura, para ele (Gabe) e para nós?

Aqueles casais que só querem um filho, entendo perfeitamente, e se acham que seram melhores pais e daram um melhor futuro a um só filho, penso que o melhor então, é terem apenas um. Mas casais que não têm nem querem ter, honestamente, é algo que não chego completamente a entender.
Se já pensei como seria a minha vida sem filhos, já! E sou honesta, seria menos complicada.
Se já deixei o meu filho com outras pessoas, em quem confio, já! E sou honesta, senti alivio.
Mas não quer dizer que não adore o meu filho, e todos os dias olho para ele, e sinto alivio de pensar que afinal consigo cuidar de uma criança, porque se alguma vez tive duvidas sobre se devia ter filhos, era esse o meu medo, não saber tomar conta dele, não saber educa-lo para ser um boa pessoa (e continua a ser um medo).

Mas mesmo com todos os medos e receios, penso que ter filhos compensa, e por isso não entendo quem não os quer. Quer dizer, amo o meu marido mais que a qualquer outra pessoa (adulta) e não me importava de viver só com ele o resto das nossas vidas, se assim tivesse que ser, mas acho que o filhos completam uma família, ou melhor, fazem uma família, senão, somos só um casal.
E admito, nos tempos que correm faz-me um bocadinho de confusão um casal (casado ou não), com trabalhos e casa propria (ou alugada), que dizem estar á espera de melhor altura para ter filhos, desculpem a ironia, mas quando já não tiverem energia para andar atrás deles, ou quando a gravidez fôr considerada de risco e trouxer mais problemas, é que se eu estivesse à espera da melhor altura, acho que não era nesta vida que tinha filhos!
E apesar de sempre ter querido ter filhos e de querer continuar a ter, não sou "a children person", não sou aquele tipo de pessoa que as crianças adoram e que tem imenso jeito para crianças, mais bem acho que sou o contrario, não tenho jeito nenhum para brincar com crianças, mas isso nunca me impediu de querer ter filhos, penso que era mais uma motivação, pensava: se não sirvo para os filhos dos outros, talvez sirva para os meus!

terça-feira, 16 de junho de 2015

"Já não dizes nada há muito tempo!"

Não sou a simpatia em pessoa, e quem me conhece sabe disso; em certas alturas sou agressiva ou simplesmente "azeda", nem sempre faço por mal, e muitas vezes passo por antipática, mas é só distracção. No entanto tenho melhorado muito (acho) desde que o meu filho nasceu.
Mas apesar de ser conhecida por dizer sempre o que quero, sem me preocupar com consequencias, há situações ou com certas pessoas que tento controlar a minha "azedice".

Uma das respostas que fico muitas vezes por dar é quando alguém me diz:
"Já não dizes nada há muito tempo!"

Irrita-me que digam isto, a resposta que tenho entalada, é:
"Pois, mas não sei se sabes o meu telemóvel tem uma funcionalidade muito "futurista" que permite receber chamadas desde outros telefones, sendo que tenho o mesmo numero há 8 anos, duvido que tenhas dificuldades em ligar para mim!!"

Há alguns anos tinha uma certa "carência" e procurava as pessoas, mesmo que elas não o fizessem.

Mas chegou uma altura, que entre o meu filho, o meu marido, e o trabalho, o tempo para outros familiares e amigos não era muito, então desisti de "andar atrás" deles, porque vendo bem era sempre eu a ligar, a combinar, a dar noticias, etc. Concentrei-me naqueles (poucos) que se passar tempo suficiente, eles acabam por ligar. E se esses (poucos) não ligarem, eu ligo porque sei que não sou sempre eu a dar o primeiro passo.

Os outros, continuo a gostar deles, e a querer estar com eles, e se eles se lembrarem da funcionalidade "especial" do meu telefone, podemos sempre combinar alguma coisa. Simplesmente não será iniciativa minha.

E apesar do tom agresivo deste post, não digo isto chateada nem com má intenção, nem como indirecta para alguém, porque até nem me refiro a ninguém em particular, mas não gosto mesmo quando dizem:
"Já não dizes nada há muito tempo!"

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Continuação do post anterior

2ª Situação

A situação que se segue foi menos de 24 horas depois da situação anterior, o que não ajudou na minha "performance"!
Esta situação não é (de longe) tão vergonhosa como a primeira. Mas é daquelas coisas que nos afecta a confiança, e ao guarda-la para nós mesmos vai ficando muito pior porque cada vez a queremos esconder mais. Então aqui vai:
CHUMBEI . . .
na condução.
Queria poder dizer que fiz tudo perfeito, que sou um ás da condução, que estava muito ralaxada e confiante e que tive o azar de apanhar um examinador mesquinho que não gostou dos meus sapatos (como quem diz, de mim), e por uma insignificancia decidiu chumbar-me. Pelo menos podia desgarregar a minha frustração a falar mal dele, e a minha confiança estaría cá toda para o próximo exame/examinador.

Mas não . . . não foi isto que aconteceu . . . tive a sorte (que não sei se volta a acontecer) de apanhar um examinador amável, que não me deu uma, nem duas mas três oportunidades de mostrar que merecia, que me guiou muito mais do que devia e mesmo assim fiz bosta atrás de bosta.
O que mais me irrita é que foram coisas que não me acontecem, porque o que é realmente importante e as falhas que tinha nas aulas, essas correu tudo bem.

Primeiro erro: tentar passar numa rua estreita entre uma carrinha estacionada em parte da via e um carro na direcção oposta a vir, em vez de parar e deixar o outro passar, conclusão: ia chocando com a carrinha e o examinador travou (pensei que o exame tinha acabado), mas mandou seguir; a pergunta que se coloca: o que é que eu estava a pensar? Aparentemente, nada!
Segundo erro: deixar o carro ir abaixo ao arrancar numa subida, 4 vezes seguidas (nunca tinha deixado o carro ir abaixo em todas as aulas que tive). Consegui quando o examinador me disse em voz firme para segurar a embraiagem (a perna tremia tanto que nem sei como consegui).
Terceiro erro: tentar arrancar, após estacionar o carro na perfeição á primeira, com a mudança em marcha-atrás (a marcha-atrás fica ao lado da primeira) porque tinha a certeza que estava em primeira, em vez de pôr em ponto-morto e pôr a primeira.
Quarto erro: não ter olhado para ver se vinham carros numa direita sem perda de prioridade.

Erros estupidos, que se tivesse sido um ou dois, tinha passado, que não teriam acontecido se não estivesse tão nervosa, que minaram de tal forma a minha confiança, que me fazem duvidar se realmente fui feita para isto, que me levam a interrogar-me se não devia desistir.
Espero que este sentimento de frustração não demore muito a passar, depois tomarei uma decisão.
Até lá . . . o meu anjinho adora andar de autocarro!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Rir para não chorar, ou é chorar para não rir? Acho que vai é os dois ao mesmo tempo!

Isto ainda não é uma opinião completamente formada, mas certas situações mais chatas ou, vá, embaraçosas, às vezes é melhor contar logo e falar disso, do que guardar para nós mesmos e acabar por fazer da situação uma "tragédia".
Nessa perspectiva, e como não tenho muito a certeza de que funcione assim, vamos lá testar a coisa e contar duas situações, uma definitivamente embaraçosa, a outra nem tanto mas que me fez sentir um tanto ou quanto incompetente.

1ª situação:
Depois de 2 aulas de condução seguidas (quer dizer: depois de algum tempo sentada), despeço-me da minha instructora e começo a andar para me ir encontrar com o meu marido e o meu filho, mas no caminho, de um momento para o outro fico de tal maneira aflita para fazer xixi que começo a procurar algum sítio onde fazer e lembro me que estou perto de um McDonald´s, chego, entro ("como perro por su casa"*) e sem olhar para os lados vou directa à casa de banho.
Estava completamente vazia, entro no cubículo e mal vejo a sanita a vontade parece que aumenta para o dobro, aos saltinhos tento desapertar as calças mas . . . noto que já é muito tarde . . and I had a leak . . . continuo a tentar desapertar as calças até que consigo, e me sento para fazer, basicamente o resto do que não foi para as calças. A mancha só ficou na zona da virilha e do rabo, mas dava para perceber e era incómodo.
Liguei ao meu marido para me ir buscar e me levar a casa (estava a 5 minutos a pé de onde ele estava), pois ele estava com um grupo de amigos e chegar naquele estado não fazia parte dos meus planos. Mas por vergonha não expliquei o motivo, o que inevitavelmente levou a discussão (depois quando percebeu o porquê do meu pedido discutiu porque não confio nele para lhe explicar logo o motivo, mas isso já faz parte da nossa relação).

Penso que esta é obviamente a situação embaraçosa, com trazos cómicos que a continuação irei descrever (por favor não riam muito alto):

Logo que desliguei a chamada com o meu marido, verifiquei os estragos nas calças, e não só era terrivelmente incomodo andar assim, como não havia maneira de esconder. Mas mesmo assim saí do cubículo e procurei uma forma de tentar conter os estragos, (como tenho uma mente bastante criativa), olhei para o secador de mãos mesmo por cima da bancada dos lavatórios, devo mencionar que chorava a lagrima solta enquanto tudo isto acontecia, mas ao mesmo tempo enquanto procedia à secagem das calças não conseguia deixar de pensar que se não fosse eu, a situação tinha até bastante piada. Por sorte não entrou ninguém. Mas digam lá, que lhes teria passado pela cabeça ao entrar numa casa de banho pública e ver uma maluca em cuecas, a chorar, a secar as calças no secador de mãos, e um cheiro a xixi inconfundível??


(to be continued)

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Trabalhos de casa. (ou Dedicado aos que realmente importam)

Nem quando andava na escola fiz tantos trabalhos manuais / criativos, como os que tenho feito desde que o meu filho entrou para a creche.
Percebo a intenção de incluir os pais nas actividades dos filhos, e quando estava desempregada era coisa que fazia até com agrado, mas agora a trabalhar é um bocadinho mais dificil, no entanto a Directora do Departamento Criativo lá de casa sou eu, e o Director do Departamento Financeiro não percebe "patavina" do assunto, por isso se eu não faço, ninguém faz, e cada vez que vou á creche lá me lembram que falta X ou Y projecto. E para tornar a coisa ainda mais interessante é que tenho que incluir o anjinho (que nem sempre se porta como tal) no dito projecto.

Já nos pediram para escrever um conto inventado, já pediram para pintar uma bola como enfeite para uma arvore de natal, já fizemos desenhos de animais (nenhum de nós desenha grande coisa), já decorámos flores de papel (duas vezes) e "pare usted de contar!"*

O mais recente projecto esteve umas 3 ou 4 semanas a ser discutido, e enviado de departamento em departamento a ver quem ficava com ele, até que uma ideia surgiu, e durante um tempinho no trabalho comecei a fazer uns recortes, ao chegar a casa inclui logo o anjinho na parte mais abstracta (a especialidade dele) e depois foi só dar os toques finais. Se podia ter ficado melhor, podia! (se eu tivesse um curso em Design, ou o anjinho fosse um prodigio da pintura, ou houvesse mais tempo para planear e executar, se o outro director aportasse alguma coisa, etc)

Mas considerando o que temos, penso que ficou muito bem.
O que acham?





* Frase cómica utilizada no meu outro pais. Tradução: a tradução literal não faz muito sentido, mas basicamente quer dizer: "E a lista continua".

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Ser Poeta (Ser Genial)

Não que me considere tal coisa!
Na altura que li por primeira vez o poema de Florbela Espanca, devia ter uns 12 anos, pensei que podia escrever poesia (já nessa altura gostava de escrever), cheguei a escrever uns quantos sonetos inspirada pelos sonetos de Florbela Espanca (que se perderam no sem-fim-de-mudanças que a minha vida já teve).

Mas nunca deixei de gostar nem esqueci o soneto "Ser Poeta", primeiro, obviamente, pela beleza e grandiosidade do mesmo, e segundo porque acho que este soneto define qualquer pessoa que exteriorize a sua criatividade de forma a mostrar aos outros a beleza da sua arte (a ciencia também é uma forma de arte), qualquer que esta seja!

No entanto o que mais me impressiona, é o facto de esta (grande) poetisa portuguesa, ter escrito de tal forma admirável, não estando na totalidade das suas capacidades mentais, o que me leva a pensar na celebre frase:
"Há uma fina linha entra a genialidade e a loucura"

Ou como diria Fernando Pessoa:


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Mudança de look!

Peço desculpa pela mudança repentina no visual do blogue.
Recebi uma critica/conselho acerca das cores do blogue, os quais não eram muito apelativos.
Como foi de uma pessoa da qual respeito a opinião, e como é algo que não sei muito, aceitei de bom grado.
Espero que gostem.