Como sabes não acredito em ti, e se a memoria não me engana, penso que nunca
acreditei, talvez porque quando era pequena o dinheiro era pouco, e seria
injusto acreditar, não é que fosse sempre uma boa menina, mas como sabemos nem
sempre são os bons meninos que recebem mais ou as melhores prendas!
Não me sinto totalmente à vontade com incutir no meu filho a crença de que
existes, não porque não tenha usado o método da "educação
chantagista" com ele (come a sopa toda e depois dou-te uma bolacha,
porta-te bem senão não recebes prendas) mas porque simplesmente não quero que
ele pense que és uma pessoa de carne e osso que vem no Natal trazer prendas a
quem se portou bem.
No entanto acredito no espírito natalício, que se formos a ver talvez
sejas à mesma tu (Pai Natal), mas com outro nome, e isso sim quero ensinar ao
meu filho, porque apesar de que tem o nome "natalício" é algo que
deve ficar dentro de nós, porque a generosidade, a alegria, o amor não é algo
que apenas nos deve acompanhar no Natal. O espírito natalício é algo que faz de
cada um de nós um Pai Natal para todos os outros, e isso sim é bonito, porque o
Natal não é só o receber, mas mais que tudo o dar,
claro que podem ser coisas (vamos lá admitir, todos gostamos de prendas) mas
dar amor, dar alegria, dar companhia, dar afecto, dar tempo. Dar só por dar um
objecto, sem alegria, sem um sorriso (nos lábios ou no olhar), sem um abraço,
não tem o mesmo sabor, mesmo que seja algo caro.
Por isso Queridos Pais Natais pela família e amigos distribuídos, aviso que
as senhas para oferecer comboios a um certo menino esgotaram, o Lego (duplo),
os puzzles e livros serão igualmente bem recebidos; no entanto o realmente interessante
seria receber um cartãozinho de uma qualquer instituição da vossa preferência
dizendo: "O valor da sua prenda foi entregue nesta instituição"
porque isso realmente é o que o Pai Natal devia fazer, dar a quem não tem, e
não a quem tem a mais.
Feliz Natal a todos, desejo a todos o prazer de receber amor, paz e saúde
(que cliché), mas especialmente que o consigam dar a quem merece e precisa. E
especialmente que vos acompanhe durante o resto do ano, a capacidade de dar,
claro está!
Assinado,
A mãe do Gabriel
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