Cozinhar é coisa que gosto muito de fazer, no entanto tenho tanto de concorrente
de Masterchef como de Miss Mundo, esmero-me e regra geral não corre mal,
mas o meu "talão de Aquiles " são os doces, nunca ficam bem e evito
fazê-los.
Adoro que as comidas e receitas que faço fiquem bem, e conforme o previsto.
Por isso normalmente não faço sobremesas, saem mal e fico frustrada em
vez de fazer de novo e tentar melhorar.
Tenho tentado mudar esta atitude recentemente, mas mesmo assim só faço
coisas que tenho a certeza que consigo fazer.
A minha mãe nunca foi grande cozinheira, e na minha infância (depois que os
meus pais se separaram) fui alimentada à base de arroz, atum em lata, bifes de
peru, esparguete, feijão preto, cereais, pão, manteiga e queijo. Por isso com
13 anos comecei a cozinhar, a inventar receitas, a ver programas de culinária e
a aprender com a TV (ainda a internet não era para todos).
Tenho dois grandes problemas em relação à comida portuguesa, que são os
mesmos que com a latino-americana, a utilização de cebola e carne de porco (em
qualquer das suas apresentações) em practicamente todas as receitas. Por isso
quando sigo uma receita tenho que constantemente estar a trocar ingredientes, o
outro problema, que é mais pessoal, é a mania de inventar receitas com
ingredientes que tenho á mão (e ficar mesmo bom), e depois querer repetir a
receita e não me lembrar dos ingredientes utilizados.
Tenho um lema que se aplica a quase tudo na vida, que é: "Less is
more", até na culinária (como muitas vezes já ouvi os júris de
Masterchef Austrália dizer a vários concorrentes), e se há coisa que não gosto
é de um prato (receita) com muitos ingredientes principais que se sobrepõem
todos uns aos outros, primeiro acho um desperdício (pensamento de pobre: se tem
carne porque é que também há-de ter peixe e marisco ou qualquer outra proteína)
e depois não aprecio tantos sabores diferentes.
O meu outro problema (que só é problema para os outros, não para mim) é que
houve uma altura da minha infância que a minha mãe trabalhou num restaurante macrobiótico,
e comíamos lá muitas vezes, o que me fez apreciar esse tipo de comida, o que
consequentemente leva a que goste de cozinhar com certo tipo de ingredientes ou
ir a certos restaurantes que a maioria das pessoas não gosta.
Normalmente comer em casa de outras pessoas, ou escolher um restaurante para
um grupo acaba por ser complicado, mas já aprendi a fazer cedências
(não que seja muito boa nisso) ou a deixar no prato o que não gosto (é uma
arte, o meu pai acha que devia ter estudado para ser cirurgiã).
Sem comentários:
Enviar um comentário