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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

De coração cheio

Sempre quis ter filhos, mais do que um. Nunca pensei muito no assunto do ponto de vista dos pais, penso que sempre me motivou a amizade e companheirismo que só se tem com um irmão.
Mas depois de ser mãe, percebi o papel importante que temos como pais na boa relação que terão os filhos como irmãos.
E depois da Oriana nascer, tenho feito um grande esforço porque o Gabriel se sinta incluído, e tão amado e importante como a irmã.
Nos últimos tempos tenho tentado fazer entender o Gabriel que a irmã não é uma boneca e que não pode ser tão bruto, sempre com o receio que não goste dela ou que sinta ciúmes.
Mas esta semana , depois de uma curta conversa com a nova educadora, fiquei com o coração tão cheio que quase não me cabia no peito.
Um dos exercícios que a educadora pediu aos miúdos da sala foi fazerem um desenho da pessoa preferida e a do Gabriel foi a irmã! Mas a melhor parte foi as conversas que ela vai apanhando entre as crianças e o Gabriel fala muito da irmã. Duma dessas conversas na qual falavam de irmãos (não sei exactamente o contexto) o que ele disse foi que os pais gostam da irmã bebé, mas que continuam a gostar muito dele. Até fiquei de lágrimas nos olhos quando a educadora me contou. É passar meses a esforçar-nos por fazer as coisas bem, mas sem ter a certeza de que realmente se está a fazer bem, para de repente, vindo do nada (numa altura que andamos cansados e sem paciência) ter a confirmação de que vamos no caminho certo.

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